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3 maneiras de testar uma ideia com pouco ou nenhum investimento

Uma dúvida que acomete 10 entre 10 empreendedores e também executivos de grandes empresas é: como construir um protótipo confiável para testar o lançamento de um produto ou serviço?

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Um MVP, ou ainda, o Produto Mínimo Viável é um conceito já bastante difundido pela filosofia de Lean Startup, que consiste em definir os requisitos mínimos para se testar a viabilidade de um produto. Se o MVP for muito simplório, corre-se o risco de efetivamente não se testar a ideia, se for complexo demais, deixa de ser um MVP. Achar a medida é a grande chave de sucesso nesse contexto.

O que as pessoas esquecem é que o MVP deve ser o grande indicador de viabilidade comercial de um produto. Para isso, não se deve perguntar se elas comprariam e sim é crucial pedir para as pessoas efetivamente comprarem o produto que se busca vender. Essa mudança de perspectiva é sutil, mas traz grandes diferenças no teste de conceito.

Diante disso, existem 3 formas de se testar uma ideia e avaliar a sua viabilidade de negócio, que ainda são pouco usadas com esse objetivo:

1 – MVP blog

Muito já se falou sobre a importância do marketing de conteúdo como estratégia de divulgação de conceito, de construção e fortalecimento de marcas. Não é de hoje que empreendedores e empresas criam blogs para se firmarem como autoridade em algum assunto. O que pouco se faz é criar um blog para se conquistar audiência e testar a viabilidade de uma ideia.

Ao se construir um blog como MVP é crucial definir quem será o público-alvo e identificar qual conteúdo irá chamar atenção desse público. Será fundamental produzir um material rico e inovador. Uma vez conquistada audiência, é importante idealizá-la. Para isso deve-se buscar obter o cadastro desse público e à medida que o blog se desenvolve, é possível ir testando o conceito com seu público, seja através de posts, pesquisas, oferta de serviços ou produtos.

Uma empresa que usou bem essa estratégia foi a RD Station, startup brasileira de automação de marketing. Quando iniciou suas operações em 2011, a RD Station já pretendia ser uma plataforma complexa de automação, porém começou suas atividades com um blog com dicas de marketing digital. Conquistou uma audiência cativa interessada no assunto. Depois começou a ofertar consultoria para alguns leitores, ainda fora da plataforma. Quando a primeira versão da plataforma surgiu, a RD Station já possuía uma grande base de clientes e já tinha testado muita coisa. Hoje a RD Station é a maior plataforma brasileira de automação de marketing e já recebeu aportes de dezenas de milhões de reais.

Vantagens

A grande vantagem de se usar um MVP blog é o seu baixo custo de implementação. Com ele é possível também mudar sua estratégia rapidamente.

Desafios

O desafio de um MVP blog é criar um conteúdo inovador, que cative a audiência. Hoje já existe muito blog, alguns cópia uns dos outros.

Desvantagens

Essa estratégia leva tempo para maturar, ou seja, para se obter respostas consistentes com um MVP blog é preciso ter tempo: no mínimo um ano.

2 – Campanhas Pay per Click (PPC)

Nem todo executivo ou empreendedor possui o tempo necessário para se produzir um bom conteúdo e deixa-lo ganhar relevância na busca orgânica. Neste caso, uma estratégia bem interessante é a criação de campanhas de anúncios no Google ou Facebook para captar demanda latente de potenciais clientes.

Todo produto ou serviço visa atender uma necessidade específica. Quando as pessoas precisam de algo, hoje o principal canal de busca de informações é o Google. Logo, anúncios bem segmentados podem direcionar para seu potencial produto. Outra fonte de informação rica são as redes sociais, com especial destaque ao Facebook, que possui um vasto repertório de gostos de cada usuário.

A estratégia aqui é a seguinte: montar campanhas de anúncios Pay per Click no Google e Facebook que direcionem para uma landing page com seu MVP. O segredo do sucesso é montar campanhas bem direcionadas, que conduzam o potencial cliente a uma página voltada para realização de uma conversão, que pode ser a realização de um cadastro, a realização de uma pré-venda ou ainda a venda de um produto reduzido.

Uma vez testado o conceito, é possível seguir adiante com a ideia ou ainda melhora-la ou elimina-la.

Vantagens

Capta cliente em estágio avançado no funil de compras e permite ampla segmentação. Também oferece possibilidade de mudança de estratégia a qualquer momento.

Desafios

Definir corretamente o público-alvo, criar landing pages com alta capacidade de conversão e reduzir o custo do clique.

Desvantagens

Estratégia requer investimento constante e se não for bem gerida pode consumir recursos sem testes efetivos.

3 – Crowdfunding

No início as plataformas de crowdfunding, ou ainda de financiamento coletivo, eram destinadas a empreendedores que possuíam uma ideia interessante, mas que não tinham recursos financeiros para coloca-las de pé. Nesse sentido, o financiamento coletivo cumpria sua missão com a famosa vaquinha online.

Verdade é que o crowdfunding não perdeu seu propósito original, porém é possível explorar muito mais possibilidades através dessas plataformas e uma delas é ajudar startups e empresas validarem ideias.

As plataformas de financiamento coletivo atraem um público ávido por tecnologia e propenso a testar novos produtos e conceitos. Logo, trata-se de um excelente canal para se lançar uma nova empreitada e ainda por cima obter um investimento.

Muitas empresas estão usando as plataformas de crowdfunding para realizar pesquisa de mercado, conquistar a primeira leva de clientes e realizar campanhas de marketing. O foco principal deixa de ser a captação de recursos e passa ser a validação do conceito, à risco próximo de zero. Uma empresa que usou essa estratégia foi a Moccato, empresa dedicada à produção de cápsulas de café. Com o crowdfunding a Moccato conseguiu captar recursos para a primeira rodada de produção de cápsulas e deixou os seus investidores mais seguros quanto à viabilidade do negócio.

Vantagens

Atrai um público interessado em novidades e tecnologia, apresenta baixo risco e oferece ainda captação de recursos

Desafios

Nem todo produto se adequa ao perfil de sites de crowdfunding. Soluções com apelo tecnológico possuem maior apelo. Outro desafio é engajar o público a financiar sua ideia e se envolver com o projeto.

Desvantagens

Existe enorme competição para captação de recursos e solução não se adequa para qualquer tipo de produto.

O que achou dessas três maneiras de se testar um MVP? Conhece alguma outra estratégia que tem funcionado? Compartilhe com a gente!

 

 

 

 

 

 

 

Como não se tornar um empreendedor de Powerpoint

Existe uma pergunta que sempre surge no mundo das startups que é: existe um perfil ideal para se compor um time de uma empresa de tecnologia? Ainda que não seja uma resposta definitiva, entre investidores que suportam esse tipo de empresa sempre se buscou um time composto de três perfis profissionais: um profissional de tecnologia, um designer e um especialista em negócios. Será essa a formação ideal?

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Se o negócio que o time empreendedor busca estabelecer é de base tecnológica, ou seja, trata-se de um aplicativo, um sistema ou ainda utiliza muita tecnologia para ser integrado a outras plataformas, certamente essa startup vai precisar investir pesadamente em tecnologia. O que acontece se este conhecimento não é dominado por pelo menos um dos sócios?

Normalmente nesses casos os empreendedores buscam um parceiro de tecnologia, como uma fábrica de software, uma agência ou produtora digital. Em geral, quando chegam em busca de suporte tecnológico, cometem o primeiro grande erro: estão apaixonados pela ideia e subestimam a complexidade de execução dessa ideia. Desejam implementar uma série de funcionalidades sem antes ter em mente o que seria um MVP e acreditam que o investimento necessário para colocar a ideia em prática custa um décimo do valor real de desenvolvimento.

Quando confrontados com a realidade, o empreendedor comete o segundo erro. Uma vez que não possui recursos para investir na ideia, propõe sociedade ao parceiro de tecnologia. Seduzido pela suposta ideia brilhante, oferece uma oportunidade para o desenvolvedor de tecnologia obter uma fatia da empresa. Porém, esquece de um pequeno detalhe: mais valiosa do que a ideia, a capacidade de execução é que o que realmente conta, o que separa o sonhador do empreendedor de sucesso. E neste caso, se a capacidade de execução está com o parceiro tecnológico, o que ele ganha ao entrar nessa sociedade? Normalmente nada e por isso costuma recusar esse tipo de oferta na grande maioria das vezes.

Diante dessa negativa, se o empreendedor estiver realmente apaixonado pela ideia e determinado a implementa-la ele vai trabalhar para enxuga-la um pouco e obter uma proposta de desenvolvimento que custe algo que ele consiga pagar com investimento de suas economias. Aqui normalmente ocorre o terceiro erro desse perfil de empreendedor. Neste cenário o empreendedor coloca todos os seus recursos em uma ideia ainda imatura, que certamente precisará de ajustes. Desconsidera que um produto tecnológico nunca nasce pronto e mais, que existe um custo de manutenção elevado dessa tecnologia. Normalmente os custos de desenvolvimento de uma plataforma tecnológica de uma startup devem representar no máximo 40% do que se pretende investir em tecnologia ao longo de um ano.

Quando essa plataforma, seja ela um App ou ainda um e-commerce vai para o ar, será necessário cuidar de ajustes de bugs, realizar testes A/B para conversão, mudar layout para se comunicar melhor ou ainda publicar uma nova versão nas Apps Stores por conta de atualizações de sistemas operacionais. Tudo isso é custo e se o empreendedor tem que terceirizar o desenvolvimento e designer, o custo dessa empresa fica alto, o que demanda um maior nível de investimento e aumenta o risco. Até aqui a tese do perfil do desenvolvedor e do designer em uma startup de tecnologia parece fazer sentido.

Uma vez lançada a startup, ela precisa de clientes. Pessoas precisam baixar o App, realizar cadastro no site, efetuar algum tipo de compra ou vender determinado produto. Para isso, essa empresa de tecnologia precisa divulgar essa marca nascente para ganhar relevância. Aqui em geral ocorre o quarto erro desse empreendedor fictício (mas bastante comum no mercado), que se chegou até aqui normalmente não passa desse estágio: o ganho de tração.

Uma startup, com um conceito novo, vai precisar de bastante investimento em marketing para ser conhecida no mercado e conseguir dar os primeiros passos. Vai ser preciso investir em produção de conteúdo, construção de presença em redes sociais, campanhas de pay per click, e-mail marketing, vídeos e mais um arsenal de ferramentas de marketing digital. Tudo isso requer um investimento elevado e, em geral, esse empreendedor já investiu todos os seus recursos para lançar a versão 1 da startup, deixando o marketing como assunto secundário. Muitas vezes, a ausência de um verdadeiro especialista em marketing digital na composição da sociedade da startup aumenta ainda mais a necessidade de investimento em serviços de terceiros. Daí a importância de ter um sócio com entendimento de negócios, mas com veia digital, na equipe.

É positivo o desejo crescente das pessoas buscarem empreender em negócios de base tecnológica. Nos últimos vintes anos a tecnologia mudou completamente a maneira de se fazer negócios basicamente em todos os mercados e formou uma nova onda de bilionários e “heróis” que inspiram pessoas no mundo todo a seguirem seus passos. Porém, empreender em tecnologia demanda conhecimentos específicos, que vão muito além do que uma simples formação em exatas. Em uma startup tecnológica, quanto mais esse tipo de conhecimento especializado estiver dentro do time de fundadores, maior a chance de sucesso. É crucial conhecimentos avançados em programação, gestão de projetos, user experience e marketing digital (não vale ter lido alguns ebooks de inbound marketing!). Seja para executar ou gerir uma equipe. Sem isso, corre-se o risco de se tornar um empreendedor de Powerpoint, e o sonho de ser bem sucedido não sair do slide.

 

Como encontrar um bom mentor

Diariamente empreendedores e executivos se deparam com diferentes escalas de tomada de decisões e em muitas situações, para não se dizer a maioria, compartilhar decisões pode ser benéfico e até necessário para se alcançar um melhor desempenho. São nessas horas que muita gente lamenta não ter uma pessoa mais experiente por perto.

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A cultura de se obter ajudar externa, sobretudo entre empreendedores, já é bastante difundida no Sillicon Valley e basicamente todo empreendedor que se preza por lá começa o seu negócio com um mentor. Já no Brasil, a busca por um mentor avançou significativamente nos últimos anos no ecossistema de empreendedores, mas ainda é algo incipiente. Claramente ainda existem algumas dificuldades, muitas relacionadas a questões conceituais sobre qual o papel do mentor.

Em primeiro lugar, existe uma confusão do empreendedor em diferenciar o papel de um coach e de um mentor. É muito comum empresários estarem com alguma dificuldade relacionada ao negócio, como alguma questão regulatória, de posicionamento de mercado ou ainda tecnológica e contratar um coach. Trata-se de um grande equívoco! O papel de um coach é ajudar o profissional a se desenvolver em sua dimensão pessoal. Claro que um coach pode ajudar o empreendedor a estabelecer metas, definir melhor seus objetivos e a planejar seus negócios, porém, cabe ao mentor compartilhar experiências e ajudar o empreendedor com as sutilezas do seu negócio.

A outra confusão que existe sobre o papel do mentor é o mercado o responsável por tal desarranjo. Nos últimos dois anos se proliferam empresas e programas embalados de mentoria que são qualquer coisa, menos mentoring. Em um programa clássico de mentoria, o mentor possui uma relação informal com o seu orientado e não existe nenhuma cobrança por esse serviço. A relação é baseada no companheirismo. São pessoas que querem compartilhar suas experiências, seja para promover o bem e/ou para retribuir alguma ajuda que receberam ou ainda recebem.

Ainda que a relação com um mentor não deva ser remunerada, cada vez mais surgem programas pagos que se autodenominam como mentoring. Dado que o empreendedor e empresário brasileiro estão se despertando para a necessidade de uma ajuda externa, surgiu uma oportunidade de negócio. Estes serviços nada mais são do que programas de board advisors e board directors, que por definição, são pagos e possuem graus de formalidade maior, com reuniões pré-definidas e papéis mais claros dos conselheiros.

Uma vez compreendido os inúmeros papéis de um mentor, por que ainda sim é difícil encontra-lo? A resposta é justamente pela sua natureza informal. Uma vez que se trata de uma relação baseada na benevolência, é preciso encontrar alguém com a experiência que você deseja com esse espírito de ajuda. Outro ponto que dificulta é que os encontros muitas vezes perdem o ritmo, uma vez que não possuem uma frequência definida. A relação com um mentor pode durar meia hora ou anos. Varia caso a caso.

Para mitigar esses riscos, é importante fazer a seleção correta do mentor. O primeiro passo é entender o por que é preciso encontrar um. Não busque um mentor apenas porque está na moda. Identifique os principais pontos que você precisa de ajuda e trace um perfil desse profissional. Pode ser alguém do seu mercado, que já está em outro patamar de negócio, ou ainda alguém que já vivenciou experiências semelhantes em outros empreendimentos.

Uma vez definido o perfil do potencial mentor, é preciso identificar onde encontra-lo. Os lugares são variados, mas pode ser em uma associação de classe, em eventos do mercado, em universidades, no LinkedIn, apenas para citar as opções mais básicas. Uma outra dica é consultar o app de networking Beer or Coffee, em que é possível encontrar alguém para uma conversa informal a partir de busca por interesses. Vale também acompanhar a programação do Cubo e do Google Campus, que possuem com frequência eventos específicos de mentoring. Outra dica é conhecer melhor o trabalho do Founders Institute, que promove uma cultura de ajuda baseada nos programas de mentoring difundidos no Sillicon Valley.

A mentoria é a promoção da cultura da troca, portanto, para que ela funcione de maneira consistente é preciso dar, para depois receber. Logo, se você busca um mentor ou ainda já é assessorado por um, é importante perpetuar esse espírito de ajuda. Independente do estágio de negócio, qualquer empreendedor consegue ajudar outro com algum conhecimento específico. Não pense duas vezes antes de ajudar outro profissional. Isso é fortalecer a cultura de empreendedorismo no Brasil e colocar nossos empreendedores em outro patamar. E com relação aos programas pagos, eles podem ser muito bons, mas lembre-se que eles são qualquer coisa, menos mentoring.

Os chatbots já estão dentro do seu bolso. Saiba o que fazer com eles

Uma revolução silenciosa ocorre diariamente no seu Facebook Messenger, Whatsapp além de outros aplicativos de mensagens instantâneas, como Telegram, Wechat ou Kik: a proliferação dos chatbots. Afinal, o que significa esse novo termo tecnológico?

Os chatbots, ou ainda bots, são programas de computador que automatizam conversas com pessoas e tarefas pré-definidas através de recursos de Inteligência Artificial. Além de automatizar, os chatbots prometem humanizar os atendimentos entre empresas e pessoas na internet.

Os bots fazem parte de uma pequena fração do gigantesco mercado de Inteligência Artificial, que agrupa empresas como Google, Facebook, Apple, Amazon, IBM e Microsoft e que segundo o Bank of America Merril Lynch, trata-se de um mercado que deve movimentar cerca de U$ 153 bilhões até 2020.

Hoje os chatbots funcionam, em grande escala, embarcados dentro de aplicativos de mensagens instantâneas, como o Facebook Messenger, Wechat, Telegram, Kik e até o Whatsapp. Aqui no Brasil a maior aplicação está no Facebook, que já conta com mais de 11 mil bots em funcionamento. Desta forma, quando um usuário está no Messenger do Facebook e deseja chamar um táxi, por exemplo, ao invés dele abrir o app do Uber, basta ele escrever dentro do próprio Messenger que deseja o carro e o motorista chegará até o usuário.

Com essa tecnologia é possível automatizar a pesquisa de previsão do tempo, o pedido de um táxi, a reserva de um hotel, a consulta de um pedido em uma loja de e-commerce, encomendar a pizza do jantar ou marcar uma consulta médica. Pode-se dizer que os chatbots são a próxima revolução da internet: primeiro vieram os sites, depois os aplicativos mobile e agora os bots.

As transformações que os bots prometem trazer podem modificar bastante o mercado de aplicativos mobile. Apps de uso muito específico tendem a perder espaço ou até deixar de existir. Se uma pessoa consegue obter a previsão do tempo dentro do Whatsapp ou Facebook Messenger, qual o sentido de baixar um aplicativo para essa função? Além de facilitar a vida do usuário, os bots podem resolver outro problema do usuário: a falta de espaço nos smartphones para o download de novos aplicativos. Por outro lado, vale ressaltar que aplicativos mais complexos, como o app de um banco, com inúmeras funcionalidades, dificilmente perderá terreno para os bots.

Além de executar ações pre-definidas, os bots hoje já são capazes de eliminar o primeiro nível de atendimento de operações de call center. Esses robôs já resolvem de 70% a 90% dos problemas que chegam nas centrais de atendimento, como se fossem um humano. Com técnicas de machine learning, os bots são capazes de aprender e podem identificar gírias, sotaques e compreender novas informações. Com isso, esse percentual de atendimento pode aumentar.

Onde eles estão sendo usados

 No Twitter, ao longo de 2016 existiram dois grandes cases. Um foi em parceria com a Gol, que desenvolveu um sistema que permitia ao passageiro realizar o check-in interagindo com um robô dentro do microblog. Outro uso foi realizado pela Sky, que ativou uma ferramenta que permitia, com um retuíte, que o cliente conseguisse agendar a gravação de um filme ou série.

Já o Facebook Messenger apresenta os maiores cases de integração com bots. Atualmente o atendimento do Banco Original pelo Messenger é todo realizado por robôs. O site de casamentos Me Casei utiliza bots em seu atendimento no Facebook e hoje cerca de 60% dos clientes do portal já são atendidos por um assistente virtual. Por fim, acaba de surgir a primeira startup no Brasil na área da saúde, o Docbot, que usa um chatbot para promover esclarecimentos sobre sintomas de doenças, orientações à distância com um enfermeiro e até agendamento de consultas médicas, tudo através da janelinha de conversas do Facebook.

No Whatsapp, maior aplicativo de troca de mensagens no Brasil, as evoluções ainda caminham a passos mais curtos. Uma iniciativa que surgiu na plataforma foi do jornal Estadão, que desenvolveu um bot que envia notícias para pessoas previamente cadastradas.

O que pode dar errado

 Ainda que seja uma tecnologia que se difunde em uma velocidade impressionante, os bots ainda passam por um estágio de amadurecimento tecnológico. No meio desses processos, alguns imprevistos podem acontecer, como no caso do bot Tay, da Microsoft. A gigante tecnológica lançou um chatbot para manter conversas com jovens no Twitter e “aprender” como pensa e age um Millenial. Após um período de interações, o bot Tay passou a adorar Hittler e odiar o movimento feminista. Algo que escapou completamente do controle do sistema de Machine Learning.

Embora o caso da Microsoft tenha alimentado algum ceticismo sobre os limites da tecnologia, os bots estão se firmando com uma solução confiável para inúmeras situações de atendimento e execução de tarefas. Com eles as empresas ganham eficiência operacional e prestam um melhor serviço ao cliente. Para o consumidor, pode ser o fim de ouvir a famosa frase “a sua ligação é muito importante para nós”, com um atendimento muito mais simples e personalizado, além de possibilitar a redução do download crescente de apps que inundam os celulares das pessoas. Cabe aos profissionais de marketing acompanhar essas transformações e assim evitar que um robô diga que sua empresa está defasada tecnologicamente.

Estamos perdendo uma oportunidade no LinkedIn. Sabe por quê?

Com mais de uma década de existência, o LinkedIn tornou-se, indiscutivelmente, a maior rede social profissional do mundo. Hoje já são mais de 400 milhões de usuários no mundo e no Brasil, mais de 25 milhões de profissionais e estudantes utilizam a plataforma como fonte de conexão profissional. Ao longo da história, a rede social passou de um site sisudo, para uma ferramenta descolada, muito parecida com o Facebook em termos de usabilidade. Diante de tamanha evolução da rede, a pergunta importante que fica é: será que as pessoas e empresas estão usando o LinkedIn em todo seu potencial?

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Dado que hoje o LInkedIn oferece inúmeras possibilidades para um profissional se comunicar, se conectar, procurar emprego e vender, utilizar a plataforma com inteligência requer um bom planejamento de como se quer explorar a presença nesta rede social. Não basta simplesmente atualizar! E o que se vê no dia a dia do LinkedIn Brasil?

Primeiro, as pessoas estão usando muito mais o LinkedIn. Um grande motivo foi a evolução da plataforma, tanto em termos de usabilidade, que facilitou o seu uso, como também em termos de funções. O Pulse, por exemplo, ajudou as pessoas difundirem conteúdo autoral de qualidade. Outro ponto que aumentou consideravelmente o uso do LinkedIn foi a crise econômica. Com mais pessoas desempregadas e procurando emprego, o uso da rede social disparou.

No entanto, o uso mais frequente do LinkedIn está sendo acompanhado por alguns vícios de conteúdo, que toda rede social adquire à medida que ela ganha mais usuários e se populariza. Hoje, ao entrar no LinkedIn vemos uma timeline quase monocromática, com os mesmos conteúdos postados e compartilhados pelas pessoas país afora. Quem não encontrou hoje pelo três de algum dos conteúdos a seguir:

  • Fotos de crachá: São postadas por funcionários que estão comemorando aniversário de empresa e/ou deixando a corporação depois de longos serviços prestados. Normalmente são acompanhadas por um discurso de gratidão e nostalgia.
  • Fotos da mesa de trabalho: Funcionários novos de algumas poucas organizações são recebidos com um “Welcome kit”que inclui um MacBook novinho, camiseta, material de escritório e fone de ouvido. Esse tipo de publicação alcança facilmente dezenas de milhares de curtidas, compartilhamentos e comentários de que essa empresa é o exemplo a ser seguido.
  • Pessoas pedindo emprego: A crise pegou todo mundo e nada melhor que o LinkedIn, uma rede profissional, para comunicar a todos a necessidade de um novo emprego. Existem profissionais que relatam a real necessidade de se recolocar rapidamente e topam qualquer oportunidade na rede social.
  • Pessoas agradecendo o emprego conquistado: O LinkedIn tem se mostrado solidário com muitas pessoas e alguns profissionais conseguem recolocação após comunicar seu desespero na rede. Nada mais justo do que agradecer a graça alcançada.
  • Frases motivacionais: Um dos primeiros conteúdos padrões do LinkedIn, ainda fazem sucesso. Normalmente são as mesmas frases, que muitas vezes são difundidas por profissionais da área de desenvolvimento pessoal e replicadas pela rede social pelos demais usuários.
  • Problemas matemáticos e enigmas: Um tipo de conteúdo também bastante batido, que frequenta toda timeline diariamente. Postam-se problemas em que o usuário deve escrever nos comentários a resposta. É como se fosse um atestado de capacidade intelectual.

Quando observamos esse conteúdo repetitivo se replicando em escala exponencial na maior rede profissional do mundo, um alerta deve soar, não apenas para os profissionais de marketing, mas para todos os profissionais que fazem parte desta rede. Primeiro: a plataforma começa a ficar chata. Conteúdos criativos são rapidamente copiados e replicados à exaustão, sem uma evolução na narrativa. Segundo: se o LinkedIn é uma rede social para os profissionais se diferenciarem em sua trajetória profissional, como mostrar-se de uma forma ímpar ao mercado se todos compartilham e produzem o mesmo conteúdo que o profissional ao lado?

Talvez a grande vantagem de se usar o LinkedIn é que a plataforma possui hoje uma audiência altamente segmentada e qualificada. Através dele é possível alcançar os mais variados profissionais do mundo e construir reputação de uma maneira como nunca antes foi possível. Para se ter uma ideia, cerca de 45% dos leitores do Pulse, ferramenta de publicação de artigos do LinkedIn, são de alto escalão: CEOs, diretores e gerentes. Portanto, é possível se firmar como um profissional respeitado e diferenciado através da produção de artigos únicos. Basta disciplina e um bom posicionamento para se construir essa reputação.

Além de artigos, é possível fugir do clichê contando boas histórias através da atualização do feed com links de textos interessantes, vídeos e imagens. Procure conteúdo que engaje o público e tenha a ver com o posicionamento que se quer passar na rede social. Evite os conteúdos padrões, pois nenhum empregador ou prospect gosta de ouvir a mesma história repetida várias vezes. Aqui é preciso investir algum tempo e testar, algo que a grande massa do LinkedIn não faz, pois apenas replicam posts.

Outro ponto importante: invista tempo revisando o próprio perfil profissional. Nunca é demais lembrar que é crucial usar uma foto profissional, que o represente no dia a dia. Exemplo: não coloque uma foto de terno se hoje você não usa mais esse traje no trabalho. Explique em detalhe as suas experiências profissionais, sem usar terceira pessoa; coloque suas competências com olhar estratégico. Exemplo: é muito comum profissionais de alto escalão colocar como competência “Pacote Office”, algo que não agrega para um profissional nesse estágio da carreira. Por fim, utilize palavras-chave no perfil que o diferencie dos demais. Para ajudar, segue a lista das 10 palavras mais usadas no LinkedIn a serem evitadas no seu perfil:

  1. Especializado
  2. Líder
  3. Estratégico
  4. Focado
  5. Responsável
  6. Com experiência
  7. Inovador
  8. Apaixonado
  9. Criativo
  10. Excelente

Que tal começar a usar o LinkedIn de uma maneira mais estratégica? Lembre-se: na na web, você é aquilo que você produz e compartilha. Sair do clichê já vai fazer uma diferença imensa na maneira como as pessoas percebem o seu trabalho.

 

 

10 erros comuns de quem quer montar um negócio

Ao longo da minha carreira de empreendedor e também à frente de uma empresa que ajuda empreendedores a transformar seus sonhos em negócios, deparo-me com alguns erros que se repetem na maioria dos empreendedores. Erros que também já cometi em algum momento em minha trajetória empreendedora, que se compartilhados, podem ser evitados por muita gente. Afinal, quais são esses erros?

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1 – Apaixonar-se demasiadamente por uma ideia 

Nos tempos atuais, em que vivemos na Era do Conhecimento, empreender virou sinônimo de ter uma ideia brilhante, que transforma mercados e o mundo. Diante disso, vejo empreendedores em busca de uma ideia revolucionária, que irá mudar uma indústria inteira.

O grande problema de se buscar a “big idea” é que vemos cada vez mais as pessoas se apaixonando demais por ideias e se preocupando pouco em questionar sua viabilidade ou como implementá-la.

Não questiono a importância em se ter uma boa ideia, porém o seu sucesso ou fracasso com essa ideia depende exclusivamente da sua capacidade de implementação. Por isso, é importante compartilhar essa ideia com o máximo de pessoas e testa-la no mundo real, de diferentes formas.

Talvez a grande sacada seja, quando se tiver uma grande ideia, testar ao máximo sua viabilidade, para depois se apaixonar por ela, e não o contrário. Se você se apaixona por uma ideia antes de avaliar seu real valor, dificilmente irá conseguir fazer uma análise crítica desta ideia. Afinal, é difícil criticar algo que estamos apaixonados.

2 – Não estudar a fundo o mercado

A história se repete: o empreendedor teve uma ideia diferente, não se lembrou de nada parecido no mercado. Eureka! Estou diante de um negócio totalmente inovador no mercado.

Será verdade? Infelizmente é bem provável que em algum lugar alguém também esteja empreendendo algo parecido.

O que é bastante comum entre empreendedores seduzidos por ideias supostamente revolucionárias, é realizar estudos muito rasos de mercado, ou ainda nem avaliar. No fundo, parece que estudar o mercado pode trazer uma resposta desagradável, de que sua ideia não é tão inovadora ou ainda alguém já tentou e fracassou.

Esse é o ponto: o estudo do mercado é crucial para entender se existe mercado para sua ideia, se concorrentes já se organizaram diante desse negócio, ajuda identificar os pontos de fraqueza da sua ideia e oportunidades de negócios.

Existem várias formas de se fazer um estudo de mercado: a forma básica é pesquisar no Google. Mas faça uma pesquisa aprofundada, que vai muito além da primeira página e de meia dúzias de palavras-chave. Pesquise diferentes termos, sinônimos, pense em como seu potencial cliente pesquisaria sobre como solucionar o problema que você deseja resolver.

Outra pesquisa ainda envolvendo o Google é utilizar a ferramenta “planejador de palavras-chave”que irá te dizer qual o volume de pesquisas que as palavras-chave do seu negócio apresentam. Com essa informação será possível dimensionar uma possível demanda para o seu produto ou serviço.

Também é importante saber se existe algum negócio semelhante ao seu. Para isso, existem alguns diretórios de startups: para pesquisar no Brasil sugiro consultar o AbStartups e fora do Brasil o Angel List.

Caso esteja pensando em montar um app mobile, também é importante consultar o App Leaks.

3 – Pensar em funcionalidades e não em proposta de valor

Um erro muito comum de quem busca empreender com tecnologia é fundamentar sua ideia de negócios em funcionalidade de serviços e não em proposta de valor. Em outras palavras, o empreendedor pensa em um botão que vai facilitar o pagamento ou ainda uma solução que agrega duas ou mais funcionalidades de soluções distintas que estão no mercado.

A grande fragilidade de se pensar dessa forma é que as pessoas não compram funcionalidades e sim benefícios. Você não usa o Facebook por conta do chat da rede social e sim pelo fato de que através dessa ferramenta você pode saber quem da sua rede de contatos está online e acessá-la facilmente.

Para testar sua proposta de valor é preciso compreender a fundo a dor dos seus potenciais clientes e oferecer algo que eles reconheçam que os ajude a solucionar esse problema legítimo. Quando falamos de proposta de valor, ela precisa ser clara para seu cliente e não para você, empreendedor e dono da ideia. Outro ponto importante: eles precisam estar dispostos a pagar por essa proposta de valor.

Um caso recente do quão frágil é depender de uma funcionalidade para se construir valor envolve o Snapchat. Em novembro de 2015 a startup lançou a função Snapchat Stories, que permite postar vídeos curtos e foi um sucesso entre seus usuários. Em pouco menos de um ano, o Instagram simplesmente copiou a funcionalidade e desde então a rede social do Facebook está roubando postagens do Snapchat. Essa queda ocorre em um momento delicado, em que o Snapchat está às vésperas de realizar o seu IPO.

Qual o foi segredo do Instagram e a fragilidade do Snapchat? Base de usuários. O Instagram possui o dobro de tamanho do Snapchat e o suporte da maior rede social do mundo. Para eles, desenvolver uma funcionalidade pode ser simples e com sua capacidade de investimento em marketing e com um canal de vendas bem refinado, vender uma nova funcionalidade não é a tarefa mais complexa do mundo.

4 – Pensar de maneira complexa

Como normalmente os empreendedores se apegam a uma ideia que vai mudar o mundo e pensam em inúmeras funcionalidades, é natural que suas ideias de negócios sejam complexas.

Em geral, quando ouço uma ideia mirabolante, que na maioria das vezes é boa, existem 3 a 4 negócios diferentes dentro da mesma ideia. O ponto aqui é que os empreendedores precisam treinar melhor o olhar para compreender que as pessoas não compram algo complexo. Se a ideia precisa de mais do que 30 segundos para ser explicada, é bem provável que você tem um problema. Ideias complexas também aumentam o custo de implementação e o risco de fracasso.

Se você vai empreender, pense de maneira simples, que é muito mais difícil e desafiador. Depois de ver as coisas de um jeito mais simples, implemente uma fração da sua ideia no formato de um MVP (Mínimo Produto Viável) para testar o conceito.

5 – Não ter bons sócios

Empreender exige uma grande dose de desafio. Além de habilidades técnicas e gerenciais, será preciso lidar bem com suas emoções. Diante de diferentes exigências, é recomendável buscar um sócio para se compartilhar responsabilidades, tarefas, angústias e riscos.

Algo bem frequente nos empreendedores iniciais é não dar a devida importância em se criar critérios objetivos na busca de um sócio. O mais comum é se chamar um amigo para entrar junto na nova empreitada.

Não existe uma regra que amigos não são bem-vindos em uma sociedade. Porém, é necessário imaginar que o seu sócio deve ser alguém com perfil complementar. Vai ser a segunda pessoa mais cara da empresa e ela deve agregar. Mesmo que esse amigo tenha um perfil complementar, saiba que sociedade é como um casamento. É algo legal, que exige afinidade, que um amigo pode oferecer, porém, existe muito desgaste, que precisa ser gerido no dia a dia. Portanto, fica a pergunta: vale a pena chamar um amigo para ser sócio?

Verdade que não existe resposta fechada para essa pergunta, mas é bom refletir se vale a pena colocar uma amizade em risco e o seu negócio também.

Outro erro comum é ter um único critério para se chamar uma pessoa para ser sócio. Normalmente ocorre quando o empreendedor precisa de um sócio técnico e ele convida alguém com essa bagagem tecnicista, porém ignora se essa pessoa possui objetivos comuns, se os valores pessoais estão próximos, se a pessoa tem perfil empreendedor. É como conhecer alguém na balada e já pedir em casamento. Acredite, tem muita gente fazendo isso.

Se você não possui ninguém para ser seu sócio e você realmente precisa de um, é melhor adiar um pouco o sonho de empreender. Enquanto isso, comece a frequentar eventos de empreendedorismo, participe de grupos de discussão no LinkedIn e outros fóruns. Certamente você irá conhecer pessoas e em algum momento esse sócio irá aparecer.

6 – Não ter um plano para transição de carreira

Esse problema surge para empreendedores que possuem um emprego e desejam seguir carreira solo como empreendedor. Em geral são pessoas que possuem um bom emprego, com salários e benefícios vantajosos e o profissional deseja ficar milionário com sua ideia.

Para esse perfil de empreendedor, em muitos casos eles ignoram alguns elementos do sonho de se viver do próprio negócio. O primeiro ponto que ignoram é o timing das coisas. Imaginam que vão montar seu negócio e rapidamente sua startup será fonte de receita. O otimismo é muito importante para o empreendedor, mas é preciso dosa-lo com uma grande pitada de realismo. É preciso pensar em um ano e meio a dois sem salário.

O segundo ponto que ignoram é a necessidade real de capital para se montar um empreendimento. Esse erro é potencializado entre quem imagina empreender algo na web. Os empreendedores subdimensionam o investimento de se montar um e-commerce, app mobile ou marketplace. Em geral eles olham apenas para o custo de desenvolvimento da plataforma, que na maioria das vezes é o menor custo. Para qualquer negócio digital é preciso audiência e para isso é preciso investir-se em marketing. Cada vez mais o custo de aquisição de clientes nos canais digitais aumenta.

Diante desses dois pontos que os empreendedores ignoram, muitos não realizam um plano correto de transição de carreira, em que vão deixar um emprego estável, mas muitas vezes chato, para um negócio dinâmico, mas que consome muito dinheiro e com retorno incerto.

Para se fazer a transição de maneira mais suave é preciso ter caixa para bancar o negócio e a si próprio e família por um período de até dois anos. Além da transição financeira, é preciso cuidar de outras questões, como os relacionamentos que mudam. É bem provável que quem trabalha em grandes empresas, depois que vira empreendedor, vai sentir uma solidão absurda. Muitas decisões serão tomadas sozinhas e até o almoço e o cafezinho que você toma vai mudar de dinâmica. Muitas vezes você não terá companheiros para atividades simples, como essas. Portanto, cuide para manter uma base de pessoas próximas no novo emprego.

7 – Querer montar o Uber de alguma coisa

Depois do sucesso estrondoso do Uber, que talvez foi a startup que melhor utilizou e popularizou o conceito de economia compartilhada, muitos empreendedores desejam montar o Uber dos eletricistas, o Uber dos professores de inglês, o Uber das manicures e por aí vai.

Realmente vivemos em um mundo em que os negócios não comportam mais muitos intermediários e pessoas ganham consciência que compartilhar recursos e vender seus talentos pode ser uma alternativa interessante, sobretudo em momentos de crise econômica.

O lado que poucos empreendedores enxergam que montar o Uber de qualquer segmento normalmente exige um investimento financeiro muito alto. Primeiro, em tecnologia. Se você vai intermediar uma transação entre duas partes, é preciso ter uma plataforma que atenda bem os dois lados. O segundo investimento, certamente o maior, é em conquistar usuários, neste caso, dos dois lados: o ofertante e o demandador do serviço ou produto. Trata-se basicamente de um marketplace e realizar marketing de um negócio de marketplace geralmente exige muito investimento. Certamente vai ser preciso comprar muita mídia online e possuir equipes de vendas para ganhar escala nesse negócio.

Além da questão financeira, outro ponto que pode surgir, como no caso do Uber e Airbnb, são questões regulatórias. Em muitos mercados, existem questões legais que impedem ou dificultam entrar um ofertante de serviço que quebre as regras atuais. Pode ser nobre e desafiador mudar um mercado, mas isso leva mais tempo e investimento para ocorrer.

8 – Imaginar que um investidor será a primeira pessoa a correr o risco

Todo negócio envolve riscos, sobretudo startups. Nesse ponto até o mais romântico dos empreendedores compreende essa questão. Porém, o que muitos não enxergam, é que como empreendedores, eles devem ser os primeiros a pagar por esse risco.

É comum empreendedores apaixonados por ideias fantásticas, estruturar um projeto e esperar que um investidor aporte uma quantia generosa por essa ideia sem antes ele ter investido um único centavo ou ainda tempo suficiente para desenvolver o negócio.

Em muitos casos esses empreendedores dizem: “quando receber o investimento, saio do meu emprego”. Sair de um emprego é investimento de tempo e dinheiro e envolve risco. Se o empreendedor não fez isso, porque um investidor deveria colocar dinheiro no seu negócio? Verdade que ele não vai colocar.

Outra coisa comum é o empreendedor não ter recursos para pagar um fornecedor, que pode ser o desenvolvedor de uma tecnologia ou a empresa que cuidará do seu marketing. Em muitas situações, o empreendedor convida o fornecedor e oferece um “sucess fee” em que se tudo der certo, o fornecedor ganha pelo trabalho, mas se der errado, ele perde como um sócio, embora ele não seja sócio. Qual a atratividade desse tipo de acordo?

9 – Pensar apenas em startups ou empresas de tecnologia

Nos últimos vinte anos a tecnologia mudou nossa vida e a forma que fazemos negócios. A internet nasceu e com ela apareceram as primeiras empresas de e-commerce, conteúdo online, redes sociais, aplicativos mobile, novos gadgets entre outros.

Nesse período jovens ficaram milionários da noite para o dia e essas empresas tecnológicas lançaram no mercado um novo jeito de fazer negócio e mais, uma nova cultura empresarial emergiu. Diante de tanta mudança legal, a maioria dos empreendedores busca montar um negócio de base tecnológica e/ou uma startup.

Realmente não temos como ignorar o curso da história e do avanço tecnológico. Porém, existem muitos negócios tradicionais, que ainda são atrativos e que precisam de gente capacitada para desenvolvê-los. E mais: nem todo mundo tem perfil e/ou conhecimento técnico para montar uma startup.

Nesse ponto muitos empreendedores se equivocam. É bastante comum pessoas antenadas nas últimas inovações buscarem montar uma empresa de internet das coisas ou uma plataforma de micro influenciadores sem possuir nenhuma bagagem técnica ou conhecimento do negócio. Infelizmente a chance de sucesso nesse caso é baixa.

Por outro lado, existem inúmeros empreendedores inovando no jeito de fazer sorvetes, vender roupas, montar um café ou restaurante por quilo, sem deixar a tecnologia e criatividade de lado. Aqui é preciso ser realista e ter uma boa dose de autocrítica para definir em qual segmento atuar. Certamente seguir o modismo das startups não garante sucesso, pelo contrário, gera frustrações.

10 – Ter a “Síndrome”de conquistar 1% do mercado

 Empreendedores apaixonados por suas ideias em muitas situações as defendem com o seguinte raciocínio: “imagine se eu conquistar 1% do mercado brasileiro…”

Realmente em muitos negócios possuir a fatia de 1% de share representa muito dinheiro. E quem não consegue conquistar míseros 1%?

A falácia desse raciocínio ocorre que em mercados grandes, em que a conquista de um 1% de mercado representa bastante dinheiro, geralmente se trata de segmentos de negócios bastante competitivos e pulverizados. Nesses casos, a conquista desse 1% provavelmente vai exigir um esforço muito grande de trabalho e investimento, pontos que esses empreendedores que defendem a ideia pela conquista do 1% ignoram.

Pode ser muito interessante atuar em um mercado amplo, afinal sempre vai existir demanda. A questão que fica é afastar o romantismo que basta conquistar 1% dos clientes para ficar rico. Você pode conquistar até mais do que esse percentual, mas provavelmente vai entrar numa briga bem competitiva.

O que achou desses erros? O objetivo dessa lista é compartilhar algumas observações e gerar debate. Certamente existem outras questões que ficaram de fora e o ponto de vista que trago é baseado em minha vivência profissional, que certamente não contempla visão única das coisas. Deixe seu comentário, ele vai enriquecer muito essa discussão.

 

 

Você conhece a nova revolução da Amazon?

É bem provável que você já tenha lido ou ouvido falar em alguma roda de conversa de amantes de tecnologia sobre nomes como Alexa ou Echo. Para quem ainda não se familiarizou com esses termos, é quase certo que ainda em 2017 as duas palavras vão começar a fazer parte do seu vocabulário. E mais: é mais provável ainda que você queira ganhar de presente no próximo Natal a última versão do Echo. Afinal, o que significa essas duas palavras?

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O Alexa é um sistema de assistência doméstica desenvolvido pela gigante Amazon que opera por meio de qualquer comando de voz, que utiliza poderosos recursos de inteligência artificial e processamento na nuvem para funcionar. Para operar o Alexa, a Amazon desenvolveu um gadget, o Amazon Echo, que é um alto-falante inteligente que é controlado por voz. Com o Echo é possível gerenciar o acender e apagar das luzes da sua casa, pedir uma pizza, abastecer a geladeira, trocar o canal de TV com apenas uma fala, sem tocar em nenhum aparelho. E mais: você não precisa estar ao lado do Echo para ele atender sua ordem. O poderoso recurso deste gadget permite ele te ouvir mesmo se você estiver em outro cômodo da casa.

Engana-se, porém, quem acredita que os benefícios do sistema de comando de voz Alexa se restringe apenas ao uso no próprio dispositivo Amazon Echo. Atualmente o Alexa se tornou o principal sistema operacional em comando de voz do mercado e já faz parte da tecnologia embarcada em outros produtos que usam conceitos de Internet das Coisas (IoT) para facilitar a vida das pessoas.

Os carros da Ford, nos Estados Unidos, passarão a utilizar o sistema Alexa a partir desse ano em seus modelos que sairão de fábrica a partir do segundo semestre. Assim, os motoristas clientes da montadora poderão passar diversos comandos aos veículos com um simples gesto de voz. Outra parceria firmada pela Amazon foi com a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, anunciada recentemente na CES 2017: cerca de 20 produtos entre lava-louças, refrigeradores, micro-ondas entre outros eletrodomésticos, através de uma conexão Wi-fi, poderão se comunicar por comando de voz com o sistema Alexa.

Em pouco mais de um ano e meio de vendas do Echo, a Amazon transformou o produto em um grande hit nos Estados Unidos. No último Natal o gadget foi uma das principais escolhas dos americanos e chegou a ficar em falta no site da Amazon, com lista de espera de mais de um mês. Hoje o modelo padrão custa U$180 e uma versão mais simples, o Echo Dot, sai por U$50. Estima-se que a Amazon esteja subsidiando os produtos com descontos de 10% a 20% abaixo do preço de custo dos aparelhos, para ampliar a difusão da tecnologia.

Muito mais do que o preço, o sucesso se dá por conta das inúmeras utilidades do pequeno alto-falante, que são suportadas pelo seu sistema operacional eficiente. Quando foi lançado, o Amazon Echo tinha em seu rol de atividades algumas dezenas de tarefas que podiam ser executadas, como controlar a temperatura do ar condicionado ou chamar um Uber. Hoje já são mais de 4.000 tarefas executadas pelo aparelho. Esse crescimento vertiginoso só foi possível porque a Amazon está permitindo o desenvolvimento de um ecossistema aberto para desenvolvedores que buscam construir soluções utilizando seu sistema operacional e até aplica-lo em outros produtos que não seja o Echo.

Pode-se dizer que a Amazon, até o momento, abriu vantagem na corrida por comando de voz, mas ela não está sozinha no mercado. Vale lembrar que a Apple lançou a Siri muito tempo antes. Na época do seu lançamento, a Apple foi muito criticada pelas limitações da sua assistente pessoal, mas conseguiu realizar grandes evoluções na plataforma. Talvez a sua grande limitação foi ter se restringido apenas aos devices da própria marca. Hoje, quem investe pesado em inteligência artificial e busca rivalizar com a Amazon é a Samsung, que desenvolve no momento um assistente pessoal que visa pegar parte desse mercado desbravado pela gigante do e-commerce. Porém, ainda está mais na promessa do que na entrega real de soluções.

Como toda tecnologia emergente que está sendo moldada, muita coisa ainda pode ser mudada, de gadgets, usos, modelos de negócios e players, como foi no caso das revoluções promovidas pelos smartphones, redes sociais e e-commerce. No caso dos comandos inteligentes por voz, certamente estamos no começo de uma revolução, que transformará mercados, facilitará a vida das pessoas e também mudará mais uma vez nossa noção de privacidade. Imagine como será sua vida com uma caixinha que capta tudo o que você fala em casa, no carro ou na empresa? O futuro próximo pode ser um mundo mais sinistro ou imenso de mais oportunidades de negócios. Basta escolher a lente que se quer enxergar esse futuro.

Porque seu ano não pode começar só depois do carnaval

Não saberia precisar o momento, mas é bem possível que desde sempre ouço em todo início de ano uma sentença que de tão repetida parece já ser um fato incontestável: “o ano no Brasil só começa mesmo depois do Carnaval”. Do estudante universitário ao funcionário público, do empreendedor ao empregado que bate cartão no escritório. Todos parecem concordar com essa máxima que já faz parte da consciência coletiva do povo brasileiro. Mas será verdade?

Para responder o questionamento, busco compreender porque as pessoas alimentam esse pensamento. Uma hipótese, desprovida de qualquer teste empírico, é simples: muita gente sai de férias em janeiro, período de recesso escolar e retorna ao trabalho no novo ano só em fevereiro. Ocorre que em muitos anos o Carnaval é bem no início de fevereiro. Logo, para essas pessoas, o Carnaval acaba emendando com as férias e não é que ano só começou depois do Carnaval?

Mas a pergunta que fica é: quantas pessoas saem de férias em janeiro? Tirando pais de famílias, estudantes e profissionais que trabalham com o calendário escolar, será sobra tanta gente assim para esse pensamento virar uma máxima nacional e o país inteiro esperar o Carnaval para o ano começar?

Quando a maioria dos brasileiros que volta a trabalhar no dia 2 de janeiro afirma que o ano só vai começar depois do Carnaval, elas aceitam passivamente essa ideia, embora o calendário já tenha começado a correr. E de tanto de afirmarem que o ano só vai se iniciar depois do Carnaval, para muitos esse pensamento fatalista inconscientemente leva as pessoas adiarem decisões, a começarem o ano em marcha reduzida e isso se transforma em uma profecia autorrealizável.

O grande prejuízo em deixar para começar um novo ano após o Carnaval é que se perde toda magia e poder de transformação que uma virada de ano pode promover nas pessoas. Todos nós precisamos de inícios e encerramentos de ciclos para evoluirmos e uma mudança de ano é o caminho mais fácil para se marcar essa passagem. Porém, se você vira o ano com essa muleta do Carnaval, dificilmente vai promover grandes mudanças e já começa o ano adiando decisões ou ações.

Fora do Brasil, o ano começa costuma começar em ritmo bem acelerado e com grandes novidades: sempre em janeiro ocorre a CES – Consumer Eletronics Show – a principal feira de eletrônicos do mundo, em que grandes lançamentos tecnológicos são apresentados. Também no início de ano sempre é realizado a NRF Big Show, em Nova Iorque, a principal feira de varejo do mundo. Ou seja, enquanto estamos esperando o Carnaval, o mundo já se lança para os grandes novidades e pensamentos já nos primeiros dias do ano.

O interessante é que esse pensamento comum de que o ano só começa depois do Carnaval vem sendo questionado cada vez mais por diferentes pessoas aqui no Brasil. Sair da crença dominante não é fácil, mas certamente oferece oportunidades de ganhos magníficas. Cabe a cada um de nós escolher se o ano começa no dia 1 de janeiro ou depois da quarta-feira de cinzas. Independente da sua escolha, lembre-se que em alguns anos o Carnaval é no início de março. Pode ser a oportunidade de umas férias prolongadas ou a chance de se diferenciar imensamente da maioria.

A importância de se considerar a meteorologia em suas ações de marketing

É papel de todo profissional de marketing engajar as pessoas de maneira customizada dentro do contexto de uma marca, produto ou serviço. Para fazer isso, é  crucial conhecer a fundo o cliente, com todos os seus anseios, sonhos e necessidades. Diante desse contexto, o tempo, em sua dimensão meteorológica, é o mais primário e universal fator na tomada de decisão dos consumidores.

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O clima afeta o que usamos, onde vamos, o que compramos, o que comemos e o que sentimentos. Diante de tamanho peso que essa variável ocupa na vida das pessoas, uma análise de dados climáticos para se elaborar uma estratégia de marketing é crucial antes de se montar qualquer campanha, afinal a análise de dados meteorológicos oferece insights sobre o desejo dos consumidores, o seu humor e intenção de compra em tempo real.

Porém, o que deveria ser uma condição básica de estratégia, a análise climática ainda é pouco usada no Brasil. Com isso, deixa-se de lado o segundo maior influenciador no comportamento do consumidor, atrás apenas da economia, que no caso brasileiro não ajuda muito os consumidores tupinquins. Para se ter uma dimensão do tamanho do peso que o clima ocupa na economia, basta olhar um número norte americano: lá estima-se que o tempo influencia um volume de transações de US$ 3 trilhões de dólares por ano.

O mais curioso é que os fatores climáticos exercem influência em quase todos os mercados, sendo mais forte nos seguintes segmentos:

  • Alimentos e bebidas
  • Viagens
  • Hotéis
  • Moda e vestuário
  • Saúde e beleza
  • Automobilístico
  • Farmacêutico
  • Casa e construção
  • Energia
  • Seguros
  • Lazer

Um estudo da WX Trends revela que o aumento de 1°F (a pesquisa foi feita nos Estados Unidos) provoca os seguintes aumentos de vendas:

  • 24% de ar condicionado
  • 11% de protetores solares
  • 2% de refrigerantes

Já que o clima afeta tanto os consumidores, como aproveitar melhor as oportunidades que a natureza traz para os negócios? A resposta, ainda que pareça vaga, depende de duas ações: análise e planejamento. Primeiramente é importante entender quais produtos e serviços que sua empresa comercializa são afetados por variáveis climáticas, como calor ou frio, índice de umidade, sol, chuva ou vento. Analisar como essas variáveis afetaram o histórico de vendas é um bom começo para realizar o planejamento de ações de marketing. Um dia chuvoso por estimular clientes a pedir pizza em casa ou ainda um final de semana muito quente encorajar as pessoas a trocar o ar condicionado de casa. Como a sua loja física ou ecommerce reagem a tantas mudanças?

Existe hoje no mercado brasileiro uma ferramenta direcionada a agências e anunciantes, o Advisor, do Climatempo, que através de uma análise de dados meteorológicos projeta as vendas de um produto e o melhor momento de se exibir um anúncio. Com isso, é possível não só antecipar ações, mas como também gerenciar melhor a compra de mídia em função da meteorologia.

Mas o clima não afeta apenas a compra de mídia. Ele é também é um poderoso aliado no desenvolvimento de novos produtos. Algumas das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, como Astra Zeneca e GlaxoSmithKleine estão desenvolvendo inaladores de asma inteligentes, que conectados com super computadores, como o Watson, da IBM, conseguem identificar a umidade do ar, as variações de temperatura e quantidade de pólen na atmosfera e prever o risco de um ataque de asma no paciente e com isso ajustar as doses do medicamento, para atuar de forma preventiva.

Se o desafio de qualquer profissional de marketing é entender os seus consumidores, é fundamental esse profissional conhecer a previsão do tempo de cada cliente. Se a sua empresa utiliza pouco esse tipo de análise, comece pelo básico, trabalhando melhor os produtos sazonais e estabelecendo correlações de vendas com eventos climáticos. Depois parta para análises mais sofisticadas, com ferramentas mais específicas. Lembre-se, que à medida que a internet das coisas se difundir no mercado, mais dados climáticos estarão à disposição do profissionais de marketing para se elaborar suas estratégias de negócios e quem não acompanhar essa evolução vai enfrentar um tempo feio para seus negócios.

O que considerar em seu planejamento de marketing em 2017

O ano de 2016 caminha para o final e a grande maioria dos departamentos de marketing estão terminando ou já finalizaram o seu planejamento de marketing para o próximo ano. Após analisar acertos e erros, avaliar KPIs e monitorar tendências, deveria ser fácil montar um plano de marketing.

Como fazer um planejamento de marketing para 2017

No entanto, em um ambiente de negócios com profundas transformações tecnológicas e de comportamento dos consumidores, fica impossível considerar todas as variáveis no desenho de um plano de marketing. Por isso, cabe ao executivo de marketing acolher em seu plano uma certa margem de incerteza. Por outro lado, todo planejamento necessita de uma grande dose de pragmatismo, que irá orientar as ações estratégicas da empresa em 2017. A pergunta que fica é se esse planejamento está considerando variáveis que já estão dadas como certas.

Para não correr o risco de montar um planejamento de marketing incompleto, listei 5 temas que um bom planejamento de marketing deve considerar para 2017:

1 – Os custos de mídia online estão aumentando

 A publicidade online é o principal vetor de crescimento da propaganda no mundo e em 2017 ela deve superar a TV em montante anunciado. Isso porque a publicidade online é mais segmentada, mais efetiva e barata. Justamente por oferecer uma relação custo-benefício imbatível e ser acessível, cada vez mais empresas investem no digital e o seu custo tem aumentado ano a após ano.

Em 2016, para citar apenas dois exemplos básicos, o Google retirou os anúncios laterais das suas páginas de busca, portanto reduziu o espaço de publicidade, que gerou aumento nos custos para quem busca investir no buscador. Outro exemplo foi o Facebook, que mudou novamente seus algoritmos e praticamente reduziu a zero a exposição de conteúdo de páginas de empresas no feed de notícias. Aparecer na rede social custa mais caro hoje.

Considere em seu plano de mídia que os custos estão subindo e tendem a crescer mais.

2 – O Snapchat chegou ao Brasil oficialmente

 Já faz algum tempo que o Snapchat é fenômeno entre os jovens brasileiros e muitas empresas passaram se aventurar na rede social em busca de maior proximidade com os millenials.

Ocorre que até poucos dias atrás, o Snapchat não oferecia opções de mídia para as empresas, que tinham que se contentarem apenas com a produção de conteúdo. Mas esse panorama mudou: o Snapchat chegou ao Brasil e agora possui representação local através da Internet Media Service (IMS) e passou oferecer dois formatos de mídia: o Geofilters e o Snap Ads.

Através do Geofilters é possível oferecer filtros personalizados para eventos ou datas comemorativas. Já no Snap Ads, o conteúdo é patrocinado em snaps de até 10 segundos no feed do usuário. Com esses formatos de mídia é esperado que as empresas invistam de maneira mais profissional no Snapchat.

Caso sua empresa busque um diálogo mais próximo com os jovens, o Snapchat pode ser um canal interessante. Vale destacar que a rede social ainda carece de métricas confiáveis e a construção de presença nessa plataforma requer uma estratégia bem diferente das outras redes sociais.

3 – O acesso à internet é predominantemente mobile

 Uma recente pesquisa da comScore na América Latina revela que nove em cada 10 brasileiros ficam online a partir de um dispositivo móvel. Esse usuário ainda gasta mais de 11 horas por semana na internet, sendo que 83% afirmaram usar o Wi-fi para acessar a internet no smartphone.

A partir desses números qualquer plano de marketing deve considerar alguns pontos: o site da sua empresa tem que ser pensado para uma experiência mobile, assim como seu e-commerce. A produção de conteúdo deve levar em conta o acesso em uma tela pequena. Vídeos podem ser acessados a qualquer momento, majoritariamente através de uma conexão supostamente melhor (Wi-Fi). Com acesso mobile fragmentado ao longo do dia, reduz-se a força do conceito de “horário nobre” para enviar um e-mail marketing ou publicar um conteúdo em uma rede social.

4 – Área de compras ganhar olhar estratégico do marketing

 Ao longo dos últimos anos as decisões de contratação de um serviço de marketing passaram para a mesa de compras de grandes empresas. Essa mudança no processo decisório trouxe maior agressividade nas negociações e muita economia de custos. Se por um lado esse movimento gerou maior eficiência financeira nas empresas, muita polêmica se instaurou no mercado, seja para produtoras e agências que se viram espremidas em guerras de preços e até para os próprios departamentos de marketing, que muitas vezes tinham um fornecedor a contragosto.

Se por um lado esse caminho da busca da eficiência pode ser sem volta nas empresas, por outro, carece de ajustes e algumas empresas já entenderam sua necessidade. Em algumas organizações os departamentos de compras já entenderam que a contratação de serviços de marketing é algo complexo e que nem sempre o mais barato é o melhor caminho. Para isso, essas empresas passam a contratar profissionais de marketing para integrar o departamento de compras e realizar uma compra mais inteligente, com viés estratégico.

Esse movimento ainda é recente e pequeno, mas uma tendência que tem tudo para ser um grande diferencial em compras de marketing para as empresas nos próximos anos. A pergunta que fica é: como seu negócio se sai se o seu grande concorrente possui uma melhor decisão na escolha de fornecedores de marketing? Caso sua empresa esteja no modelo tradicional de mesa de compras, leve essa discussão para o board.

5 – As pessoas continuarão consumindo mais vídeos online

 O consumo de vídeos online explodiu nos últimos anos e o número não para de crescer. Segundo estimativas do Google, em 2019 80% do tráfego da internet será através de vídeos. Hoje o YouTube é o segundo maior buscador da internet, depois do Google.

No Facebook os vídeos também desempenham papel preponderante na divulgação de produtos, principalmente depois da implementação da função de auto-play: na rede social 65% de novos produtos são descobertos através de vídeos.

Se o consumo de vídeo aumenta, é natural que esse meio de comunicação cresça dentro das estratégias de marketing das empresas. Porém, esse raciocínio é meia verdade. Muitas empresas já utilizam o vídeo em diferentes formatos e de maneira criativa, mas o básico ainda não é feito pela maioria dos departamentos de marketing. Vídeos longos, roteiros mal definidos, ausência de otimização nas plataformas de publicação e linguagem distante do público são problemas comuns na maioria dos vídeos que são veiculados no dia a dia.

Considere uma estratégia simples e consistente de vídeos para seu negócio em 2017. Mensure os resultados e eles virão. O Facebook Live pode ser um grande aliado no próximo ano.