Arquivo da tag: pay per click

5 falsas expectativas que podem fazer você fracassar na web

A revolução digital permitiu que hoje uma empresa tenha um servidor dedicado pagando algumas centenas de reais, que envie e-mails segmentados para sua base de clientes pagando-se centavos e que abra uma loja virtual sem até comprar os produtos que serão vendidos.

Se por um lado a digitalização do mundo dos negócios colocou empresas pequenas ou até então inexistentes em pé de igualdade com gigantes do mercado, por outro, esta revolução cada vez mais infla a expectativa de empreendedores e empresários, que nutrem, em muitas situações, expectativas equivocadas sobre o real poder do digital em seus negócios.

Com o intuito de compartilhar algumas experiências vividas com executivos de empresas dos mais variados portes, empreendedores de startups e diferentes tipos de empresários, listei as 5 falsas expectativas mais comuns em relação ao poder do digital, que podem fazer você naufragar em sua estratégia digital:

1 – Acreditar que todos os fornecedores de digital são iguais

Da mesma forma que a revolução digital trouxe muitas oportunidades para praticamente todos os segmentos da economia, ela também criou um pulsante mercado de fornecedores digitais.

Ao longo de vinte anos surgiram empresas de hospedagem, de criação de sites, de produção de banners, de criação de anúncios, de envio de e-mail marketing, de produção de conteúdo para redes sociais, de estratégia digital, de produção de apps mobile, de mídia programática, de produção de vídeos entre outros inúmeros serviços.

A grande beleza deste mercado é que ele foi sendo composto por empresas e profissionais dos mais variados backgrounds acadêmicos: publicitários, engenheiros, jornalistas, administradores, relações-públicas, biólogos ou qualquer outro profissional com habilidade de comunicação e interesse por tecnologia.

Justamente pelo marketing digital trazer empresas e profissionais fora do mercado publicitário tradicional, criou-se um mercado difuso, que se por um lado trouxe mais criatividade e novos formatos de trabalho, por outro, perdeu-se uma padronização das entregas e tornou-se muito mais difícil comparar um serviço com outro.

Quando se fala de um briefing de um simples site institucional, pode-se ter propostas no mercado que variam de R$500 a R$50.000 para supostamente o mesmo serviço. Normalmente, o equivoco que se comete neste tipo de situação é não compreender o que está por traz de uma entrega de um site institucional, que vai muito além do layout básico e do número de páginas.

Dado que a barreira de entrada no mercado de serviços básicos de digital marketing é baixa (criação de sites, atualização de redes sociais, criação de campanhas no Google), diariamente novos fornecedores entram nesse segmento e passam oferecer seus serviços, com preços e entregas muitas vezes fora do padrão mínimo aceitável para uma entrega de qualidade.

Resta ao contratante destes serviços compreender a diferença do que está sendo ofertado. Antes de contratar, é importante o decisor fazer uma leitura realista do seu grau de maturidade digital e ter clareza de quanto se pretende investir em sua ação digital. A partir destes dois elementos, é possível fazer uma análise mais precisa dos diferentes fornecedores do mercado. Nem sempre o mais caro é o melhor e nem todo fornecedor é igual. Compreenda o grau de profundidade que cada um vai, seu histórico de projetos, a estrutura de atendimento da sua empresa, seus SLAs e até a afinidade construída com cada um antes de se fazer uma contratação.

2 – Querer fazer tudo sozinho

Algo incrível que o digital trouxe foi a democratização ao acesso à informação e também a oferta de plataformas de fácil acesso. Hoje é possível baixar um e-book sobre Instagram e compreender, em poucos minutos, uma estratégia básica de como configurar uma conta e montar uma estratégia de produção de conteúdo.

Com isso, o dono de uma loja de roupas pode fazer a atualização da rede social e ganhar milhares de fãs, sozinho, sem a ajuda de um profissional de social media. Existe algo de errado nisso?

A princípio não, sobretudo se o seu negócio estiver em um estágio inicial e a sua verba de marketing for reduzida. O “faça você mesmo” permitido por plataformas de redes sociais, criação de sites, anúncios, entre outros, deve ser explorado até o momento que isso não o impeça de você fazer o principal, que é tocar o seu negócio. Se você possui um escritório de advocacia, um e-commerce de perfumes ou ainda é o gestor de marketing de um hospital, o seu core business não é marketing digital. Fazer atividades operacionais deste métier só pode ser aceito como algo intermediário, em estágios iniciais do negócio.

Uma situação comum no mercado são pequenos empresários que começaram fazendo um site no Wix ou atualizando suas próprias redes sociais e quando buscam o serviço de uma empresa profissional, acham absurdamente caro o que eles mesmo faziam. Esquecem, porém, que estão contratando uma empresa especialista, que terá uma entrega numa profundidade maior, que além de oferecer a possibilidade de trazer resultados muito mais consistentes, irão liberar tempo para estes empresários fazer o que realmente importa: tocar o seu negócio e fazer o que realmente são bons.

3 – Esperar milagres do marketing de conteúdo

Desde o início da web a produção de conteúdo foi eleita com uma das principais estratégias de marketing digital para qualquer empresa. No entanto, o que se nota é um uso totalmente equivocado desta abordagem, sobretudo por parte de pequenas empresas ou ainda por organizações que buscam resultados rápidos.

A lógica de produção de conteúdo começou com a criação de blogs e evoluiu para conceitos de funil de vendas, produção de e-books, webinars e automação de marketing por conta das agências de inbound marketing.

É indiscutível o quanto o marketing de conteúdo pode ser importante para sua empresa construir autoridade sobre um assunto, fortalecer sua marca e montar uma engrenagem de vendas consistente. O ponto que não se fala muito no mercado e que gera falsas crenças nos clientes é que, cada vez mais, uma estratégia de conteúdo que traga resultados demanda muito tempo e dinheiro para ser implementada. Caso queira reduzir um pouco esse tempo, mais dinheiro será necessário investir.

Acompanhe a lógica: a estratégia de marketing de conteúdo consiste em produzir conteúdo relevante sobre um assunto para atrair seu público. Para produzir um post de um blog, por exemplo, será necessário produzir um bom texto, com técnicas de SEO, utilizar imagens corretas e ter uma frequência de atualização bem definida. Para isso é necessário investimento. Até este conteúdo ranquear e trazer leitores, leva tempo. Depois, uma fração destes leitores vão se tornar seus leads, ou seja, vão compartilhar seus contatos com sua empresa. Com materiais mais ricos de conteúdo e mais caros na produção, você conseguirá transformar esses leads em oportunidades de negócio. Uma fração dessas oportunidades serão efetivamente transformadas em clientes.

Perceba o fluxo complexo, que envolveu tempo e dinheiro para conquistar um cliente. Trata-se de uma estratégia ruim? Depende da sua verba e tempo disponível para se conquistar o cliente. Tem-se um problema quando empresas com orçamento reduzido e com baixa chance de erro buscam construir estratégias de conteúdo com a expectativa de turbinar suas vendas em um ou dois meses de trabalho. Neste caso, a frustração é garantida!

4 – Cobrar resultados espetaculares de campanhas PPC em pouco tempo e com baixa verba

O gestor de marketing ou empreendedor que já compreendeu que precisa de vendas no curto prazo muitas vezes já parte para investimento em campanhas Pay per Click (PPC), o que em essência tende a ser um bom caminho.

Para muitos, a lua de mel com essa estratégia acaba no final do primeiro ou segundo mês de campanha, pois o investidor espera resultados extraordinários em um curtíssimo espaço de tempo.

O primeiro ponto a compreender é que existe um tempo de aprendizado na elaboração dessas campanhas. É preciso conhecer quais palavras-chave geram mais cliques, qual estratégia de anúncio é mais efetiva, além de contar com a reação da concorrência, que em alguns mercados altera completamente a estratégia da campanha no decorrer dos meses. Com isso, é crucial deixar correr cerca de 90 dias de campanha, antes de tomar qualquer grande decisão. Claro que neste período é muito importante acompanhar no detalhe o trabalho da agência responsável pelo PPC.

O segundo ponto é com relação à verba investida nas campanhas. Antes de se iniciar uma estratégia de Pay per Click é fundamental ter em mente quanto será o CPC médio das campanhas e analisar se o budget é suficiente para rodar campanhas que trazem resultados efetivos. É comum se deparar com budgets que impossibilitam o alcance de um resultado mínimo.

5 – Acreditar que um e-commerce custa muito mais barato que uma loja física

O e-commerce criou uma geração de empresários que saíram do nada e construíram impérios do varejo virtual, como Amazon, Netshoes, Mercado Livre, Wine entre outros.

O sonho de montar um e-commerce com uma ideia legal, pouco dinheiro e ficar rico tocando esse negócio em poucas horas do dia habita o ideário de muita gente. O que estes empreendedores ignoram é que o funcionamento de um e-commerce é muito mais complexo do que comprar alguns produtos e colocar num site para vender. Diante de tamanha complexidade, vamos nos atentar somente aos custos de se montar uma loja virtual.

Quando se pensa em abrir uma loja física, é preciso escolher um ponto de venda, reformar o espaço, comprar móveis, decorar, contratar funcionários para abrir e fechar a loja. Tudo isso implica em elevados custos. Na loja virtual nada disso existe. Por isso é tão sedutor o e-commerce.

Por outro lado, quando você paga caro um aluguel em um shopping center ou em uma rua movimentada, sua loja está exposta ao tráfego diário de inúmeros consumidores que podem entrar na sua loja e comprar. No e-commerce, quando sua loja é lançada não existe este fluxo natural de pessoas. Você não paga o aluguel, mas vai precisar pagar o tráfego para a sua loja, cujo custo real é ignorado pela maioria dos empreendedores. E este custo tende a ser cada vez mais caro.

No início de uma loja virtual é preciso construir marca, caso seja uma empresa nova, atrair visitas e convencer as pessoas a comprarem na sua loja. Terá ainda que arcar com custos de plataforma e sistemas de gestão, devoluções e eventuais fraudes. Tudo isso representa um custo que, em muitos casos, no início de uma operação de e-commerce tendem a ser maiores do que uma operação de loja física. No longo prazo, com uma base de clientes estabelecida e fidelizada o e-commerce tende a custar mais barato, mas no início de operação é muito importante não se iludir e fazer contas.

Compartilhei aqui algumas ilusões comuns que movem diariamente empresários e gestores de marketing a cerca das inúmeras possibilidades promovidas pela revolução digital. É inegável que novos horizontes de negócios surgiram e que promoveram o avanço de muitas empresas. Porém, manter uma expectativa realista ajuda a extrair o melhor de cada oportunidade.

 

 

 

3 maneiras de testar uma ideia com pouco ou nenhum investimento

Uma dúvida que acomete 10 entre 10 empreendedores e também executivos de grandes empresas é: como construir um protótipo confiável para testar o lançamento de um produto ou serviço?

shutterstock_150744341-984x500

Um MVP, ou ainda, o Produto Mínimo Viável é um conceito já bastante difundido pela filosofia de Lean Startup, que consiste em definir os requisitos mínimos para se testar a viabilidade de um produto. Se o MVP for muito simplório, corre-se o risco de efetivamente não se testar a ideia, se for complexo demais, deixa de ser um MVP. Achar a medida é a grande chave de sucesso nesse contexto.

O que as pessoas esquecem é que o MVP deve ser o grande indicador de viabilidade comercial de um produto. Para isso, não se deve perguntar se elas comprariam e sim é crucial pedir para as pessoas efetivamente comprarem o produto que se busca vender. Essa mudança de perspectiva é sutil, mas traz grandes diferenças no teste de conceito.

Diante disso, existem 3 formas de se testar uma ideia e avaliar a sua viabilidade de negócio, que ainda são pouco usadas com esse objetivo:

1 – MVP blog

Muito já se falou sobre a importância do marketing de conteúdo como estratégia de divulgação de conceito, de construção e fortalecimento de marcas. Não é de hoje que empreendedores e empresas criam blogs para se firmarem como autoridade em algum assunto. O que pouco se faz é criar um blog para se conquistar audiência e testar a viabilidade de uma ideia.

Ao se construir um blog como MVP é crucial definir quem será o público-alvo e identificar qual conteúdo irá chamar atenção desse público. Será fundamental produzir um material rico e inovador. Uma vez conquistada audiência, é importante idealizá-la. Para isso deve-se buscar obter o cadastro desse público e à medida que o blog se desenvolve, é possível ir testando o conceito com seu público, seja através de posts, pesquisas, oferta de serviços ou produtos.

Uma empresa que usou bem essa estratégia foi a RD Station, startup brasileira de automação de marketing. Quando iniciou suas operações em 2011, a RD Station já pretendia ser uma plataforma complexa de automação, porém começou suas atividades com um blog com dicas de marketing digital. Conquistou uma audiência cativa interessada no assunto. Depois começou a ofertar consultoria para alguns leitores, ainda fora da plataforma. Quando a primeira versão da plataforma surgiu, a RD Station já possuía uma grande base de clientes e já tinha testado muita coisa. Hoje a RD Station é a maior plataforma brasileira de automação de marketing e já recebeu aportes de dezenas de milhões de reais.

Vantagens

A grande vantagem de se usar um MVP blog é o seu baixo custo de implementação. Com ele é possível também mudar sua estratégia rapidamente.

Desafios

O desafio de um MVP blog é criar um conteúdo inovador, que cative a audiência. Hoje já existe muito blog, alguns cópia uns dos outros.

Desvantagens

Essa estratégia leva tempo para maturar, ou seja, para se obter respostas consistentes com um MVP blog é preciso ter tempo: no mínimo um ano.

2 – Campanhas Pay per Click (PPC)

Nem todo executivo ou empreendedor possui o tempo necessário para se produzir um bom conteúdo e deixa-lo ganhar relevância na busca orgânica. Neste caso, uma estratégia bem interessante é a criação de campanhas de anúncios no Google ou Facebook para captar demanda latente de potenciais clientes.

Todo produto ou serviço visa atender uma necessidade específica. Quando as pessoas precisam de algo, hoje o principal canal de busca de informações é o Google. Logo, anúncios bem segmentados podem direcionar para seu potencial produto. Outra fonte de informação rica são as redes sociais, com especial destaque ao Facebook, que possui um vasto repertório de gostos de cada usuário.

A estratégia aqui é a seguinte: montar campanhas de anúncios Pay per Click no Google e Facebook que direcionem para uma landing page com seu MVP. O segredo do sucesso é montar campanhas bem direcionadas, que conduzam o potencial cliente a uma página voltada para realização de uma conversão, que pode ser a realização de um cadastro, a realização de uma pré-venda ou ainda a venda de um produto reduzido.

Uma vez testado o conceito, é possível seguir adiante com a ideia ou ainda melhora-la ou elimina-la.

Vantagens

Capta cliente em estágio avançado no funil de compras e permite ampla segmentação. Também oferece possibilidade de mudança de estratégia a qualquer momento.

Desafios

Definir corretamente o público-alvo, criar landing pages com alta capacidade de conversão e reduzir o custo do clique.

Desvantagens

Estratégia requer investimento constante e se não for bem gerida pode consumir recursos sem testes efetivos.

3 – Crowdfunding

No início as plataformas de crowdfunding, ou ainda de financiamento coletivo, eram destinadas a empreendedores que possuíam uma ideia interessante, mas que não tinham recursos financeiros para coloca-las de pé. Nesse sentido, o financiamento coletivo cumpria sua missão com a famosa vaquinha online.

Verdade é que o crowdfunding não perdeu seu propósito original, porém é possível explorar muito mais possibilidades através dessas plataformas e uma delas é ajudar startups e empresas validarem ideias.

As plataformas de financiamento coletivo atraem um público ávido por tecnologia e propenso a testar novos produtos e conceitos. Logo, trata-se de um excelente canal para se lançar uma nova empreitada e ainda por cima obter um investimento.

Muitas empresas estão usando as plataformas de crowdfunding para realizar pesquisa de mercado, conquistar a primeira leva de clientes e realizar campanhas de marketing. O foco principal deixa de ser a captação de recursos e passa ser a validação do conceito, à risco próximo de zero. Uma empresa que usou essa estratégia foi a Moccato, empresa dedicada à produção de cápsulas de café. Com o crowdfunding a Moccato conseguiu captar recursos para a primeira rodada de produção de cápsulas e deixou os seus investidores mais seguros quanto à viabilidade do negócio.

Vantagens

Atrai um público interessado em novidades e tecnologia, apresenta baixo risco e oferece ainda captação de recursos

Desafios

Nem todo produto se adequa ao perfil de sites de crowdfunding. Soluções com apelo tecnológico possuem maior apelo. Outro desafio é engajar o público a financiar sua ideia e se envolver com o projeto.

Desvantagens

Existe enorme competição para captação de recursos e solução não se adequa para qualquer tipo de produto.

O que achou dessas três maneiras de se testar um MVP? Conhece alguma outra estratégia que tem funcionado? Compartilhe com a gente!