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Meu app foi desinstalado, e agora?

O Brasil conta com 139 milhões de usuários de internet e 64% dessas pessoas navegam por algum dispositivo móvel. Uma vez que a pessoa comprou um smartphone, uma das principais portas de entrada da navegação mobile é o download de aplicativos, que permitem chamar um táxi, pagar uma conta, ver vídeos ou simplesmente jogar.

Segundo a empresa de monitoramento mobile App Annie, as pessoas baixaram 15% mais aplicativos em 2016 do que no ano anterior e o tempo gasto nos apps aumentou em 25%. Hoje, um usuário usa em média 30 apps por mês em seu celular. Se por um lado os aplicativos são uma importante porta de acesso à navegação mobile, por outro, é cada vez mais desafiador obter relevância e ganhar atenção do usuário.

Um estudo da AppsFlyer revelou que o brasileiro é um dos povos que mais deletam aplicativos no mundo. Por aqui, a taxa de desinstalação chega a 51%. Em geral, as pessoas desinstalam um aplicativo quando ele não é útil ou ocupa muita memória do celular. Lembre-se que uma vez instalado, o maior competidor do seu app serão fotos, músicas e outros apps que não tem nada a ver com o seu negócio.

À medida que a taxa de desinstalação de aplicativos aumenta, é natural surgir no mercado questionamentos sobre se realmente vale a pena investir em um app, afinal os custos de desenvolvimento e aquisição de usuários são elevados. A realidade é que a resposta para este questionamento é muito relativa e vale um certo cuidado antes de se decretar o fim dos apps. De qualquer forma, antes de se montar um aplicativo, é importante questionar se realmente essa opção tecnológica é o melhor caminho.

A seguir, apresento três soluções que podem ser uma alternativa aos aplicativos tradicionais:

1 – Superaplicativos

 Os superaplicativos são plataformas que reúnem diferentes serviços em um só aplicativo. Com isso, ao se instalar esse tipo de app é possível realizar funções básicas, como chamar um táxi, pagar uma conta ou pedir uma comida. O superaplicativo é como se fosse um marketplace de aplicativos, em que ele é um “guarda-chuva”de diferentes aplicativos.

Aqui no Brasil os superaplicativos começaram a surgir através da startup 4all. A vantagem deste tipo de ferramenta é que ela pode agregar uma grande audiência e reduzir o custo de aquisição de usuários, além de diminuir as chances de seu aplicativo ser deletado. Pode ser uma solução interessante para apps iniciantes, com verba reduzida de marketing. Por outro lado, fica difícil imaginar que um Uber entraria nesta plataforma e toparia dividir sua receita com outra empresa, uma vez que eles já possuem uma marca consolidada.

2 – Chatbots

 Os chatbots são programas de computador que automatizam tarefas através do uso de Inteligência Artificial. São excelentes para uso em situações de atendimento ao cliente e tarefas rotineiras. Hoje, a maioria dos chatbots em funcionamento estão embarcados em ferramentas de mensagem instantânea, como Whatsapp, Facebook Messenger, WeChat e Telegram.

Dependendo do que um projeto de aplicativo busca alcançar, o chatbot pode ser uma excelente alternativa, pois utilizaria a base de usuários de uma plataforma já estabelecida e que dificilmente seria deletada. Aplicativos de uso muito específico e esporádico podem se valer dos chatbots. Será que um usuário manteria no celular um app para obter cotação do dólar apenas quando for viajar ou seria melhor consultar essa informação em um chatbot?

3 – Progressive Web Apps

 O Progressive Web App, ou ainda, PWA, é uma tecnologia que consegue através de uma experiência de uso no navegador web apresentar uma série de características de aplicativos, sem ser exatamente um app.

Em termos práticos, se você usar um PWA conseguirá ter a responsividade de um app, será possível navegar off-line e receber notificações. Tudo isso sem ter que baixar um aplicativo em uma app store.

Os PWAs podem apresentar um custo de desenvolvimento menor e serem mais rápidos de serem implementados. A desvantagem que se trata ainda de uma tecnologia emergente, pouco utilizada e que pode apresentar restrições de uso em alguns browsers.

Uma vez apresentada estas 3 alternativas aos apps tradicionais, a opção por desenvolver um aplicativo requer uma minuciosa análise estratégica. Um estudo do Google revela que determinadas ações como jogar, atividades de self-tracking, gestão de tarefas e finanças e navegação (orientação por mapas) possuem forte aderência com aplicativos. Por outro lado, ações como leitura de notícias, pesquisas sobre viagens e compras em geral (ainda que o mobile commerce cresça bastante) estão ainda muito vinculadas à experiência de navegação pelo browser. Considerar o comportamento do consumidor é fundamental para se obter uma experiência mobile significativa e evitar que seu app seja o próximo da lista a ser deletado.

 

Como os shoppings tem usado a tecnologia para personalizar o atendimento

Em um passado não muito distante, se um empresário fosse abrir uma loja em um shopping, o centro comercial iria passar ao empreendedor o perfil demográfico das pessoas que frequentam o estabelecimento, bem como a renda média das pessoas, a frequência de visitas, o ticket médio entre outros indicadores que são cruciais para se escolher um shopping.

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Com o avanço tecnológico, os shoppings estão aprimorando os seus serviços aos clientes finais e por consequência, para os lojistas. Vejamos alguns exemplos.

Hoje, quando um cliente visita um shopping, é bem provável que esteja disponível para ele um wi-fi gratuito, mediante um cadastro prévio. Quando o cliente acessa o wi-fi do shopping, o estabelecimento consegue monitorar pelo sinal do wi-fi quais são os corredores que o cliente frequentou e mais: é possível conhecer quais páginas esse cliente visitou na internet.

Nos shoppings de São Paulo um dos termos mais buscados são os resultados do placar da rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. Com esse rastro deixado pelo usuário é possível saber qual time de futebol o cliente torce e enviar uma promoção personalizada do clube dele de alguma loja do centro comercial. O que permite realizar esse tipo de análise são poderosas ferramentas de Big Data, que ainda carecem de muita análise humana para oferecem insights de vendas interessantes para os lojistas.

Além das ferramentas de Big Data, que permitem personalizar promoções e traçar o perfil de consumo e uso do shopping, os centros comerciais também estão investindo em apps mobile, que melhoram sensivelmente os serviços prestados aos clientes.

Atualmente, ao menos 20% dos shoppings da capital paulista possuem aplicativos que permitem pagar o ticket do estacionamento pelo app, realizar reserva de mesa nos restaurantes, traça rotas dentro do shopping, marcar vaga onde o carro foi deixado e ver a programação do cinema. Tudo isso facilita a vida do cliente e ajuda ele ganhar tempo, o que certamente atrai mais gente para o shopping.

Mas os aplicativos mobile podem ir além na melhoria dos serviços prestados ao consumidor, pois ainda existe muita inconveniência em shopping lotado em dia de chuva ou próximo às datas comerciais do varejo. Quem nunca sofreu em ficar bastante tempo procurando uma vaga no estacionamento e não encontrou? Os apps dos shoppings poderiam avisar os clientes sobre a disponibilidade de vagas. Ou um problema ainda mais frequente: praça de alimentação lotada. Se o app do shopping permitisse as pessoas pedirem antecipadamente a comida nos restaurantes, seria possível mapear previamente a demanda e ajudar a distribuir melhor o consumo.

Ainda que existem muitas melhorias a serem realizadas nos shoppings, o primeiro passo já foi dado. Os centros comerciais estão personalizando cada vez mais a experiência dentro dos seus espaços e conhecendo o hábito individual de cada consumidor. Ganha o cliente que conta com um atendimento mais premium e ganha também o lojista, que consegue ofertar promoções mais certeiras, que não são baseadas apenas no perfil sócio-econômico do cliente.