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Entenda porque nem todo mundo será autoridade em sua área de atuação

Muitos negócios e profissionais, dos mais variados segmentos buscam firmar-se como autoridade dentro de sua área de atuação. De advogados a médicos, de consultores a financistas, estabelecer-se como autoridade em determinado segmento virou uma verdadeira busca pelo Santo Graal. Em tempos de marketing de conteúdo, o desejo dessa conquista se intensificou.

É inegável que torna-se líder de pensamento em determinado assunto traz ganhos imensos para uma empresa ou profissional. Permite-se criar diferenciação frente à concorrência, possibilita cobrar-se mais caro, reduz os esforços comerciais, massageia o ego.

Quando pensamos em um médico que consegue falar assuntos de saúde pública para as massas certamente o nome do Dr. Dráuzio Varella vem à sua mente. Se lhe perguntarem sobre uma referência de profissional que fale sobre economia provavelmente Ricardo Amorim aparecerá em sua lista. Agora, se precisar dizer o nome de uma empresa com autoridade em empreendedorismo e empoderamento feminino a Natura provavelmente será lembrada.

Note que os exemplos citados acima são de pessoas e empresas que firmaram-se como referências em suas áreas de atuação. Isso só foi possível por possuírem conhecimento aprofundado dentro do seu contexto de atuação. Sendo assim, podemos afirmar que o conhecimento especializado é o primeiro passo para se criar autoridade em um assunto.

Contudo, engana-se quem acha que o conhecimento é o único vetor para se ter autoridade sobre determinado tema. O conhecimento é algo que se adquire estudando ou ainda vivenciando determinada situação.

Uma pessoa leiga em aviação, se passar alguns meses lendo blogs, sites e livros especializados pode adquirir muito conhecimento sobre o funcionamento de uma companhia aérea. Porém, para se ter uma autoridade reconhecida sobre aviação será preciso ter maturidade nesse negócio, que envolve vivências mais aprofundas e sobretudo processar mentalmente o que se aprendeu com estas experiências. Neste ponto não existe uma fórmula mágica. Cada um reage de um jeito e apenas ser um estudante voraz não é garantia.

Com a profusão do marketing de conteúdo e o entendimento de que a construção de autoridade em determinado mercado é um caminho que pode encurtar o alcance do sucesso, muita gente tem buscado se firmar como autoridade produzindo conteúdo. Porém, se este profissional ou empresa não possuir maturidade de negócio, esse conteúdo será meramente teórico. Neste caso não podemos tirar o mérito da produção, que pode até ser um conteúdo interessante, porém, não será um ingrediente exclusivo que permitirá a construção de autoridade.

Talvez um dos maiores equívocos de alguns especialistas em marketing de conteúdo e sobretudo gurus de marketing digital e de venda de infoprodutos é propagar a ideia de que todo mundo pode facilmente ser uma autoridade em determinado assunto. Esse caminho é até possível, mas muito mais tortuoso e incerto. Neste caso, a busca do Santo Graal pode ser muito mais uma aventura repleta de surpresas do que um rota linear.

Meme inofensivo ou um elaborado plano para roubar seus dados?

Na última semana é bem provável que você se deparou com centenas de pessoas postando fotos de dez anos atrás juntamente com uma foto atual, seguida da hashtag #10yearchallenge. O meme viralizou mundo afora, sobretudo no Facebook, Instagram e também no Twitter.

Para quem não acompanhou a brincadeira, ou desafio, como alguns preferem chamar, as postagens consistiam em você postar uma foto de 10 anos atrás, ao lado de uma foto atual. Em princípio era uma postagem para mostrar como você evoluiu ao longo de uma década.

Alguns postaram fotos mais gordinhos no passado, agora em plena forma física. Outros publicaram imagens do tempo de faculdade e hoje ao lado de filhos. Tiveram aqueles também que partiram para a brincadeira e criaram grandes memes, com evoluções engraçadas.

10yearchallenge

A hashtag #10yearchallenge ganhou adeptos notórios, incluindo celebridades como Jennifer Lopez, Queen Latifah, Kate Hudson, entre outros famosos. Mas não pense que foram apenas os notáveis do show business que entraram na farra. Grandes marcas pegaram carona nas redes sociais e fizeram a sua comunicação institucional pautada pela hashtag.

10yearchallenge-emirates

Além do burburinho causado nas redes sociais, da diversão promovida por alguns, pela futilidade gerada por outros, por que deveríamos olhar para este episódio com um olhar um pouco diferente da maioria, sobretudo se você trabalha com marketing e tecnologia?

Ninguém sabe ao certo como e onde surgiu o desafio do 10 Year Challenge. A princípio trata-se de mais um meme gerado nas redes sociais, que se espalha em escala planetária. Contudo, a possibilidade concreta que a brincadeira trouxe de evoluir os mecanismos de reconhecimento facial levanta a suspeita de que foi uma ação previamente planejada.

Para quem ainda não está perfeitamente por dentro, nos últimos anos o avanço tecnológico permitiu que sistemas de inteligência artificial realizasse o reconhecimento facial de maneira autônoma. Dessa forma, um computador é capaz de dizer que você é você mesmo em uma foto. O Facebook, por exemplo, já utiliza reconhecimento fácil há pelos 5 anos em larga escala na sua plataforma.

A tecnologia foi evoluindo e anda cada vez mais por conta própria. O nome técnico para isso é machine learning, ou seja, a máquina aprendendo por conta própria. Sabe quando você assiste uma série no Netflix sobre assassinatos e depois e própria plataforma te recomenda um filme com serial killer? Isso é machine learning!

Até aí estamos mencionando uma aplicação de Inteligência Artificial (IA) amplamente usada por diferentes empresas, de redes sociais, a plataformas de streaming ou ecommerce. Um ponto sensível nessa tecnologia de machine learning é que existem muitos algoritmos que estão “sendo treinados” neste momento para se aperfeiçoarem em progressão de idade, ou seja, em identificar como uma pessoa fica velha.

Já existe muito algoritmo com essa capacidade em identificar como a fisionomia de uma pessoa evolui com o passar do tempo. Contudo, esse tipo de habilidade ainda requer bastante aprimoramento. Diante desse desafio, quando vemos pessoas publicando fotos de hoje, versus fotos de uma década atrás, certamente elas estão prestando um grande serviço para os algoritmos do Facebook.

Sei que muita gente irá argumentar que várias pessoas usaram fotos que já estavam publicadas no Facebook ou Instagram. É verdade, mas quando elas publicam uma foto lado a lado, isso facilita o trabalho de análise dos algoritmos, sem contar que adiciona precisamente uma cronologia, no caso, os 10 anos. Além disso, muitos usuários das redes sociais publicaram fotos novas, sendo que muitas foram até escaneadas para atender o desafio.

O Facebook, desgastado por questões relacionadas à privacidade, nega veemente que se trata de uma ação articulada pela plataforma. A rede social afirma que se trata de mais uma ação criada e mantida pelos usuários. Independente de quem criou a ação, fato é que a imensa quantidade de dados gerados pelas pessoas serão muito bem usadas pelos algoritmos para se aprimorar as ferramentas de reconhecimento facial e progressão de idade. No mundo dos dados, uma simples foto de antes e depois carrega muito mais informações que você pode imaginar.

 

Será que existe algo em comum nos ganhadores do LinkedIn Top Voices 2018?

No final de novembro o LinkedIn lançou a segunda edição do Top Voices 2018, ranking que elege os principais usuários da plataforma que se destacaram na produção de conteúdo.

Pelos critérios apresentados pelo LinkedIn, durante um ano a rede social avaliou a originalidade de conteúdo, comentários e compartilhamentos dos posts, liderança nos setores de atuação, crescimento de seguidores e também buscaram considerar a equidade de gênero.

Diante de tantos critérios, será que existe algo em comum nestes perfis vencedores? Para buscar responder essa pergunta, fiz uma análise detalhada do perfil dos 20 ganhadores do LinkedIn Top Voices 2018. Após exame detalhado, encontrei 4 características nestes perfis, que se não os une, ao menos os aproxima de uma estratégia central de produção de conteúdo. Veja a seguir os pontos em comuns:

1 – Publicação intensa de conteúdo

Já diz o velho dita que “quem não é visto, não é lembrado”. Por uma lógica bem simples, o vencedores do prêmio produzem conteúdo em um volume que facilita o aparecimento de seus perfis na timeline de seus contatos e seguidores.

Não existe uma quantidade padrão de produção de conteúdo pelos vencedores. Existem perfis que produzem de 5 a 6 posts por dia, outros de 2 a 3. Alguns produzem posts todos os dias, outros 4 a 5 vezes por semana.

O que observei é que não é mandatório produzir conteúdo todos os dias. Muitos abandonam a rede social no final de semana. No entanto, quando produzem conteúdo em um dia, o fazem de maneira intensa, de tal forma que o seu perfil fique em destaque. Com apenas um post por dia, embora que diário, dificilmente seu perfil irá se destacar na multidão de posts.

2 – Falam de temáticas parecidas 

Entre os ganhadores do Top Voices 2018, existe uma gama de temáticas que os perfis vencedores abordam. Contudo, notei que alguns assuntos claramente prevalecem. São eles: empreendedorismo, comunicação, transformação digital e tecnologia, empoderamento feminino e carreira.

De todas as temáticas que se destacaram, certamente tecnologia e marketing digital está presente, de alguma forma, em basicamente todos os vencedores. Por um lado, podemos imaginar que esses assuntos são de interesse do público em geral e, por isso, estes profissionais ganharam destaque na plataforma. Por outra perspectiva, até que ponto o LinkedIn não direcionou o ranking para assuntos do seu interesse? Afinal, tecnologia e marketing digital são dois pilares que sustentam a sua plataforma de negócios, do começo ao fim.

3 – Integram com sabedoria o mundo online com o off-line

O prêmio LinkedIn Top Voices 2018 atesta uma grande fluência dos seus ganhadores  no meio digital. São pessoas que conseguiram ganhar destaque em uma rede social profissional, em que fotos de gatinhos fofos e comentários sobre a última rodada do futebol não oferecem visibilidade para ninguém.

Ainda que a habilidade digital é marca presente nos 20 ganhadores do prêmio, praticamente todos eles possuem uma forte aptidão de comunicação nos canais off-line. Ou seja, são pessoas que transitam bem do online para o off-line.

A maior prova dessa transição ON2OFF se dá nas seguintes formas: muitos dos vencedores são professores e/ou palestrantes em cursos presenciais, alguns são líderes de empresas com uma grande equipe embaixo deles, outros escrevem livros ou promovem encontros de negócios presenciais. Ou seja, todas as conversas geradas no LinkedIn são reverberadas fora dele ou vice-versa. Ninguém fica apenas no LinkedIn.

4 – Nutrem conversas com forte engajamento 

Já relatei que uma marca dos ganhadores do prêmio é a produção de conteúdo intensamente. Contudo, não basta produzir conteúdo de qualidade e publicar sem critério na plataforma. Os Top Voicers produzem conteúdo que engajam e mais, eles nutrem conversas com o seu público. Essa é a primeira regra do jogo do engajamento: responder comentários dos seus seguidores.

A segunda regra do engajamento que os perfis vencedores praticam é participar de conversas de terceiros. Observa-se que grande parte destes profissionais que receberam o prêmio se envolvem em discussões geradas por outras pessoas. Comentam. Curtem. Compartilham. Isso gera proximidade e reciprocidade. É neste momento que a rede social promove a mágica de tirar uma pessoa do anonimato e lança-la ao estrelato.

Certamente não é possível criar uma regra para como se tornar um LinkedIn Top Voice. No entanto, ao observar os vencedores, é possível mapear certos padrões que estiveram presentes nesta eleição. Nada garante que o LinkedIn irá manter estes mesmos critérios para o próximo ranking, se ele existir. Como uma empresa privada, o LinkedIn irá estabelecer o padrão que mais se alinhar ao seus objetivos de negócios naquele momento. Contudo, seguir estes 4 princípios pode ajudar a você fortalecer sua comunicação digital, independente se você irá se transformar no próximo Top Voicer.

 

 

 

 

Lições aprendidas no RD Summit 2018

Entre os dias 6 e 8 de novembro ocorreu a 6ª edição do RD Summit, hoje o maior evento de marketing e vendas da América Latina. Durante os 3 dias de evento mais de 150 palestrantes compartilharam conhecimento e ofereceram insights com mais de 100 horas de conteúdo em 8 diferentes palcos.

Participei dos 3 dias do Summit em tempo integral, no total de 16 palestras, com foco essencialmente em marketing e vendas. Busquei assistir palestras com discussões mais estratégicas e menos de debates sobre como fazer algo. Após consumir conteúdo nestes 3 dias e visitar os estandes das empresas expositoras do RD Summit, cheguei a algumas conclusões:

1 – Muito software do mercado não serve para nada

Quem trabalha com marketing e vendas vive um momento único, com a explosão de inúmeros recursos tecnológicos que prometem revolucionar a vida de profissionais que precisam trazer resultados cada vez mais desafiadores. São soluções de inteligência artificial, diferentes aplicações para automatizar o fluxo de produção e publicação de conteúdo, softwares de pré-vendas e pós-vendas, CRMs que prometem melhorar a eficiência do funil comercial.

Certamente existem muito mais aplicações do que um CMO ou executivo comercial consegue acompanhar e avaliar o que faz sentido para sua empresa. Essa proliferação de soluções traz certa angústia para profissionais que querem se manter atualizados. No entanto, o que notei neste evento ao conhecer mais de perto algumas ferramentas que prometem tornar a vida de um profissional de marketing e vendas mais fácil é que muita coisa que está sendo lançada ou ainda propagandeada como a nova vedete do mercado não se passa de grande enganação.

Existem muitas ferramentas no mercado brasileiro que estão sendo lançadas em um estágio pré MVP, ou seja, em versões muito cruas, sem o mínimo de recursos ou estabilidade sistêmica. Muitas destas soluções ainda cobram onerosos onboardings e estabelecem contratos de fidelidade que buscam apenas proteger o aventureiro empreendedor.

Outro problema que se nota é que existe muito software de vendas e marketing que agrega apenas uma ou outra funcionalidade que um determinado software consolidado de mercado oferece e acaba fracionando soluções. Profissionais de marketing e vendas não conseguem gerir inúmeras plataformas no seu dia a dia. Precisam de soluções integradas.

Nota-se que existem muitas ferramentas interessantes e que honestamente podem modificar sensivelmente a performance de uma empresa. Contudo, é preciso ter criticidade em escolher as ferramentas certas. Vi muito lançamento de versões de software no RD Summit de soluções que não servem para nada. É preciso saber escolher!

2 – Vivemos a “sasterização”das estratégias de marketing e vendas

Ainda dentro da lógica da proliferação de ferramentas de marketing e vendas, nota-se que vivemos na Era da Economia das Assinaturas. Faz parte do passado adquirir a licença de um software em pacotes fechados, realizar o download da plataforma e pagar funções que não são usadas. O mercado de software evoluiu e hoje usamos soluções web, que cobram mensalidades dos seus clientes.

O amadurecimento do mercado de SaaS promovido por grandes empresas globais, como Sales Force, Hubspot, Slack, MailChimp, entre outros, trouxe inovações na maneira de se vender e estabelecer relacionamento com os clientes. Essas empresas emergentes alçaram novas lideranças de marketing e vendas, como Aaron Ross e Mark Roberge, que modernizaram a maneira de vender, recrutar equipes e integrar marketing com vendas.

Conceitos da indústria de SaaS começaram a circular nas principais rodas de marketing e vendas do mercado nesta última década, como Customer Sucess, Custo de Aquisição de Clientes, Life Time Value, Churn, MRR (Receita Anual Recorrente) entre outras. Essas métricas modernizaram a discussão de geração de negócios e trouxeram pragmatismo em um mundo gerido pelas assinaturas.

A ressalva que faço a partir do RD Summit 2018 é que hoje as grandes referências mundiais de marketing e vendas da atualidade são da indústria de SaaS, com discussões de soluções que muitas vezes não se aplicam em outros mercados. Esse forte viés pró-SaaS limita a visão de um executivo que atua numa indústria de base, em uma consultoria ou agência de marketing. É preciso sabedoria em pegar esses conhecimentos do mercado SaaS e transpor para outros segmentos da economia.

3 – O evento não é apenas para quem trabalha com marketing digital

O RD Summit surgiu como um evento da RD Station, a maior plataforma de Inbound Marketing do Brasil. No seu início o evento era menor, com conteúdo muito voltado para o ecossistema da RD Station, ou seja, marketing de automação.

Ao longo dos anos o RD Summit ganhou corpo, seja em número de participantes, seja em conteúdo diversificado. Na edição de 2018 o Summit contou com 13 diferentes trilhas de conhecimento, do nível básico ao avançado. O RD Summit 2018 possuía conteúdo para um analista de marketing, para um empreendedor iniciante, ou até um executivo comercial ou de marketing.

Ficou claro que o evento era muito diverso, com gente do Brasil inteiro, seja de profissionais de agência digital, antigos parceiros da RD Station, até profissionais de estatais ou de grandes multinacionais. Ainda que a diversidade foi a grande marca deste Summit, certamente muito executivo de grandes corporações que conheço não foram no evento. E mais, nem sabem da existência deste encontro anual. Perderam discussões altamente estratégicas de profissionais como Jacco Vanderkooij, Renata Centurion, Lúcia Haracemiv, Luiz Piovesana, Ricardo Amorim entre outros.

Profissionais modernos de marketing e vendas devem considerar a participação no próximo RD Summit, independente da sua posição estratégica dentro da sua empresa.

4 –  A RD Station criou um ecossistema de marketing e vendas muito valioso

A RD Station surgiu em 2011 com uma ferramenta simples de automação de marketing, tendo como inspiração o Hubspot, gigante ferramenta SaaS que basicamente criou o mercado de Inbound Marketing.

Eric Santos, um dos fundadores do software, teve uma habilidade ímpar em adaptar conceitos para o mercado brasileiro e disciplina de execução invejável. Mais do que criar um software, a RD Station se propôs a educar o mercado brasileiro sobre conceitos de marketing digital, sempre com o viés de Inbound Marketing.

Ao longo dos anos a RD Station cresceu sua base de usuários, construiu uma audiência e recebeu aportes de investidores bastante generosos, que ultrapassaram R$100 milhões. Hoje a empresa conta com cerca de 12 mil clientes que assinam sua ferramenta e mais de 700 funcionários. Ainda que estes números impressionam, o grande ativo da RD Station não é a sua base de clientes que pagam a mensalidade da plataforma de automação e sim o ecossistema que a empresa criou em torno do inbound marketing, que depois foi ampliado para o marketing digital e agora está englobando a área de vendas.

Hoje a RD Station vende o RD Summit como um evento de marketing e vendas. Nesta edição de 2018 teve mais de 11 mil participantes, que pagaram no mínimo R$1.000 reais para participar do Summit. Ao se estabelecer como plataforma educacional e de influência em marketing e vendas no Brasil, a RD Summit construiu um ecossistema único, muito mais valioso que a sua base de assinantes.

E você, participou do RD Summit? Quais foram as suas impressões? Compartilhe também o que achou dessa análise!

 

 

 

 

Eleições: uma marotona ou prova de 100 metros?

Há dez anos atrás Barack Obama mudou de vez os alicerces que estruturam a comunicação de uma campanha política ao eleger os canais digitais seu principal meio de comunicação com os eleitores. A campanha vitoriosa do “Yes, We Can” ajudou a projetar um candidato negro, desconhecido, ao posto político mais importante do mundo: a presidência dos Estados Unidos.

Desde a primeira eleição de Obama, as campanhas políticas mundo afora cada vez mais usaram as redes sociais para captar recursos, compartilhar causas e espalhar boatos contra adversários. Até aí nenhuma novidade. Em 2016 o mundo acordou assustado com a inesperada eleição de Donald Trump, mais usa vez com o respaldo das redes sociais, que neste caso ajudou o republicano a espalhar Fake News contra a principal adversária, Hillary Clinton.

Ao longo de uma década grandes pleitos foram sendo cada vez mais influenciados pelo poder descentralizado dos canais digitais, de veículos de mídias não tradicionais e por Fake News. Sendo assim, surpreendeu, quando alguns meses atrás, no Brasil, os principais partidos começaram um jogo de alianças políticas, para dentre outros objetivos, ganhar mais tempo na TV.

O chamado “Centrão”, que agrega partidos de viés de direita, como PP, DEM, PSD, entre outros, foi cobiçado por Ciro Gomes e fechou aliança com Geraldo Alckmin. O pacto conferiu ao tucano 5 minutos e meio na TV, enquanto Jair Bolsonaro, teve 8 segundos durante a campanha de primeiro turno.

Essa imensa discrepância era a grande aposta do PSDB para levar o candidato tucano ao segundo turno e uma das grandes justificativas para se compensar o desgaste da aliança do partido com o dito “Centrão”. O resultado, provado através das urnas, mostra que o jeito de se fazer campanha política mudou completamente.

Com uma campanha enxuta financeiramente e com ares amadores, Jair Bolsonaro soube explorar como ninguém o poder das redes sociais. A primeira vitória do militar reformado foi criar um posicionamento político nos canais digitais logo após o final da eleição de 2014. Aquela mesma eleição que rachou o Brasil entre Dilma e Aécio.

Bolsonaro soube fazer uma leitura política sobre o momento pós eleições 2014, com desdobramentos da Lava Jato e Impeachment de Dilma Roussef e criar uma comunidade engajada em torno da sua figura no Facebook. Trabalhou as eleições de 2018 como uma Maratona e não como uma prova de 100 metros rasos, promessa que o horário eleitoral na TV trazia e que não se cumpriu.

Os resultados do primeiro turno para presidente revelam que campanhas que souberam utilizar os canais digitais conseguiram votos expressivos. Além de Bolsonaro, João Amoêdo ficou em quinto lugar, à frente de Marina Silva, que participou de todos os debates e já disputou três eleições presidenciais.

No entanto, vale ressaltar que por mais que exista um claro deslocamento da estratégia de comunicação das campanhas políticas para os canais digitais, a TV ainda não perdeu a sua importância. No Brasil, existem ainda 30 milhões de eleitores que não acessam a internet. Além disso, grande parte do material veiculado e compartilhado em redes sociais e grupos de famílias são conteúdos oriundos de entrevistas para TV ou ainda trechos de debates televisivos.

Mais do que destacar a mudança do eixo de comunicação das campanhas políticas para novos canais de mídia, é importante colocar no debate político as implicações desse novo modelo de se fazer política. Se por um lado ele é muito mais democrático ao permitir que campanhas com poucos recursos financeiros alcancem visibilidade, por outro, facilita a proliferação de notícias falsas. As chamadas Fake News ajudaram eleger Donald Trump, tiram o Reino Unido da União Europeia e tem elegido governos extremistas em alguns países da União Europeia. Aqui no Brasil, independente do resultado do segundo turno, fica claro que elas possuem papel decisivo para qualquer candidato que venha a se eleger. E o melhor antídoto para as notícias falsas é um eleitor bem informado e educado politicamente, algo cada vez mais difícil de encontrar mundo afora.

 

 

Dizer “Não”: uma das maiores fraquezas do povo brasileiro

A palavra “Não” carrega em sua essência uma proibição, um desalinhamento ou ainda uma quebra de expectativa. Justamente por possuir uma carga negativa, é da natureza humana evitar situações em que o “Não” é proferido. Tanto de quem diz o “Não”, quanto de quem o ouve, evita-lo traz certo conforto social, embora na maioria das vezes escutá-lo é muito mais produtivo e engrandecedor para os indivíduos. Quer conhecer uma situação em que escutar o “Não” logo é a melhor coisa? Em vendas!

Quem trabalha com vendas e desenvolvimento de novos negócios está o tempo todo buscando encontrar compradores para os seus produtos e serviços. Existe um gasto imenso de energia na procura de um potencial cliente. Este investimento pode ser muito maior no desenvolvimento de relações com esses eventuais compradores. O vendedor faz uma aposta de que essa potencial relação possa gerar uma venda. Alguns contatos podem comprar, outros não. Isso faz parte de um processo natural de vendas.

Ocorre que muitos compradores, após conhecer uma solução, tirar dúvidas, realizar algumas reuniões, pedir proposta e negociar, podem decidir não comprar. O motivo dessa recusa pode ser o mais variável: um concorrente pode oferecer uma proposta melhor, o comprador pode decidir comprar depois ou estar ocupado com outro assunto mais importante. A questão é que o comprador pode simplesmente não querer comprar e os motivos para isso são infinitos. Neste caso, é preciso dizer que ele não irá comprar agora ou nunca. É aí que entra a “cultura de compras” do brasileiro, que evita ao máximo dizer “Não”.

Talvez a sociologia possa explicar melhor, mas fato é que povo brasileiro é amistoso e acolhedor, o que traz uma série de benefícios para a nossa cultura. Por outro lado, esse comportamento cortês de nossa gente traz muita distorção e ineficiência para um processo comercial, pois o comprador brasileiro possui terror em dizer que não irá fechar negócio com você, o que demonstra pouco profissionalismo do lado comprador e exige uma habilidade grande da parte do vendedor em identificar essas situações.

Essa dificuldade do comprador brasileiro em dizer “Não” produz também algumas situações inusitadas e cômicas. Recentemente estava em conversas com um potencial cliente, que precisava de uma agência de marketing para desenvolver um aplicativo mobile. Neste exemplo nem vou focar na pouca experiência que esse comprador possuía para desenvolver um sistema tecnológico daquela magnitude e sim nas suas habilidades negociais. Esse potencial cliente ficou cerca de 40 dias em alto contato comigo. Foram algumas reuniões, uma dezena de ligações e conferências telefônicas com sócios do projeto. Quando o processo comercial foi caminhando para o fechamento, notei que até pela inexperiência do comprador, ele iria decidir por uma solução mais barata, sem grande apreço pelo o que seria entregue. Quando chegou a hora desse comprador dizer “Não”, ele foi um brasileiro médio. Simplesmente fugiu.

Primeiro passou a não responder e-mails. Depois não atendeu ligações. Chegou um momento que observei que ele tinha seguido outro caminho comercial, o que é natural. Em meu follow-up final deixei claro que estava à disposição para uma retomada das conversas caso ele desejasse. No entanto, o mais hilário estava por vir: dias depois, em um evento específico, o encontro no meio do coffee break. Quando ele me viu, buscou mudar de posição no salão. Até que quando fui retornar ao auditório, o encontro na porta. Parei e cumprimentei-o, e deixei o silêncio como pano de fundo de nossa conversa. Esse comprador ficou desesperado, inclusive ensaiou um “qual é o seu nome mesmo?”. Ele simplesmente fingiu que não me conhecia apenas porque ele não soube dizer um “Não” dias antes. Nem os seus cabelos grisalhos o impediram de protagonizar essa cena pouco profissional.

Desse episódio, fica claro o quanto o brasileiro possui pouca habilidade em dizer “Não”. O curioso que esse receio traz uma certa contradição. Em muitos momentos, o “Não” é evitado para preservar a relação. Contudo, quando esse “Não” é postergado a todo custo acaba colocando a relação pessoal em cheque, com atitudes pouco profissionais. O que esse tipo de comprador esquece é que ninguém é obrigado a fechar um negócio. Se o vendedor que lhe atendeu foi profissional, ele vai entender o seu “Não” e mais, ele almeja ouvir um “Não” ou um “Sim”, ou seja, respostas bem objetivas e sinceras. Lembre-se que a pior resposta para um vendedor não é “Não” e sim um “Talvez” ou “Estou vendo” ou ainda “Estou pensando”.

Economistas apontam que o brasileiro produz, em média, 20% do trabalhador norte americano, ou seja, é preciso cinco trabalhadores brasileiros para fazer o que um trabalhador faz nos Estados Unidos. Grande parte dessa baixa produtividade está atrelada a questões de formação de mão-de-obra, o que é pouco discutível. No entanto, acredito também que exista uma componente cultural, como no caso da temática relatada neste texto. Trabalhadores com boa formação carregam a ineficiência em seu DNA, quando evitam dizer um simples “Não” em um processo comercial. São reuniões que ocorrem que não precisariam existir, ligações que são feitas e que não geram retorno ou ainda muita postergação de algo que já foi decidido, mas não dito. Portanto, se você trabalha com vendas saiba que a sua produtividade depende de alguém não muito produtivo do outro lado. Ou você se prepara para esse cenário, ou alguém pouco preparado do outro lado vai afetar os seus resultados.

As ilusões da Transformação Digital

A Transformação Digital é assunto que se tornou um dos principais fetiches das áreas de marketing, inovação e tecnologia das empresas, sejam elas gigantes multinacionais ou ainda pequenos negócios. O termo “Transformação Digital” apresenta uso frequente em posts sobre mudanças tecnológicas, em eventos de Growth Hacking ou ainda em conversas de boteco. Mas afinal, o que realmente significa a tão falada Transformação Digital?

O primeiro grande ponto sobre a Transformação Digital é que ela se tornou um termo banalizado no mercado, algo extremamente importante que virou mais um modismo de negócios, assim como a Reengenharia, o Sistema Toyota de Produção ou o Design Thinking foram nos últimos anos. Não se trata aqui de negar o impacto que a Transformação Digital é capaz de causar nos negócios, no entanto, é preciso separar o que é mito sobre o que é fato sobre esse fenômeno de negócio, até para poder aproveitar os seus benefícios.

Do ponto de vista etimológico, Transformação Digital pode ser entendida como o processo pelo qual empresas usam a tecnologia para transformar processos, modelos de negócios, criação e desenvolvimento de produtos e serviços que promovam a completa transformação do seu negócio. É importante frisar que Transformação Digital promove disrupção. Podemos citar como um bom exemplo a Netflix, que ao promover o streaming mudou a lógica de consumo de filmes e mudou completamente esse mercado, impulsionando o fim da Blockbuster e mudando a forma como grandes estúdios de Hollywood ganham dinheiro. Outros exemplos podem ser considerados: Uber, Airbnb, Apple em seus respectivos mercados.

Sendo assim, é importante notar que muita empresa, sobretudo tradicionais multinacionais estão investindo bilhões de dólares em processos de consultoria e aquisição de tecnologia que não são, em essência, programas de Transformação Digital. É aí que surge o conceito de Otimização Digital. Melhorar o fluxo de interação com os clientes, lançar um e-commerce, publicar um aplicativo nas Apps Stores, lançar uma incubadora interna é o grande Hype do momento e é algo vendido com orgulho por grandes empresas e sobretudo bancos nacionais. Mas isso é Transformação Digital?

A resposta é um sonoro NÃO. Transformação Digital não tem a ver apenas com Big Data, Realidade Virtual, UX, Internet das Coisas ou Blockchain. Tudo isso faz parte de processos bem-sucedidos de Transformação Digital, mas não garante a transformação em si, da mesma forma que se você contratar um personal trainer e ir na academia todos os dias não é garantia de que irá emagrecer. Trata-se de um passo importante, mas é preciso ir além.

No caso da Transformação Digital, o que realmente garante seu sucesso é a mudança de mindset, que qualquer empresa que queira praticá-la precisa aderir. E mudança de pensamento passa por pessoas. Primeiro é preciso ter a equipe certa, pronta para essa mudança. Segundo, é crucial permitir que esse time possa operar numa lógica de transformação.

O que se nota é que as grandes corporações estão investindo bilhões de dólares em tecnologia, consultorias e estrutura física, mas não investem nas pessoas e não dão autonomia para elas. Com isso, é importante saber que qualquer processo de Transformação Digital irá ficar pelo caminho. No máximo você terá uma Otimização Digital disfarçada de Transformação Digital. Para muitos isso basta, mas saiba que sua empresa irá correr o risco de ser varrida do mercado, mesmo gastando muito dinheiro e saindo na mídia como uma empresa de vanguarda. Não precisamos ir muito longe: basta citar o caso da Kodak, que criou a câmera digital, a grande responsável pela sua derrocada.

O jogo da Transformação Digital não é simples de ser jogado. As grandes empresas de tecnologia que inspiram esse processo, como Google, Amazon, Facebook, Apple e Netflix são empresas que possuem lógica de negócios diferentes de uma empresa tradicional. Primeiro, possuem um farto capital de risco disponível. Segundo, seus executivos possuem muito mais liberdade para erro. Negócios tradicionais não aceitam muitas incertezas em seu modelo de negócios e penaliza o fracasso de maneira dura.

A literatura e a mídia sobre Transformação Digital enaltecem muito o que funciona sobre essa temática, mas fala-se pouco sobre os casos de insucesso. E eles são muitos, sem querer ser pessimista. Ocorre que Transformação Digital virou um negócio em si, que gera a venda de consultoria, serviços digitais e treinamentos. No entanto, sair dessa cortina de fumaça é crucial para quem realmente quer promover transformação. Talvez, o melhor ponto de partida é compreender o que realmente sua empresa é capaz de mudar. Em muitas, não cabe um processo de Transformação Digital e sim uma Otimização Digital, que pode ser um caminho intermediário à real transformação. A consciência nesse caso pode ser um grande diferencial. Com isso, termino com a seguinte pergunta: onde realmente a sua empresa se encontra?

Como aumentar o seu repertório pessoal e profissional

O observador mais atento já notou que vivemos uma dicotomia quanto ao processo de obtenção de conhecimento. Se por um lado temos muita informação ao nosso dispor, por outro, cada vez mais vemos pessoas com conhecimentos limitados. Em artigo recente escrevi como a falta de repertório cria profissionais mancos e busquei discutir possíveis causas para esse fenômeno que atinge sobretudo os jovens (em destaque aqueles abaixo dos 30 anos).

Longe de buscar esgotar as possíveis causas dessa superficialidade e apatia, trago agora algumas ideias que podem auxiliar profissionais a cuidarem do seu repertório pessoal e profissional, que acredito que cada vez mais serão diferenciais na hora de se buscar uma vaga e até de manter o emprego atual. A seguir 10 dicas para aumentar o seu repertório:

1 – Leitura de jornais e revistas

 A tecnologia mudou a maneira de como consumimos conteúdo. Cada vez mais optamos por conteúdo online. No começo entrávamos nos portais de conteúdo e no máximo nos sites dos grandes veículos de comunicação. Hoje lemos notícias a partir do nosso feed de notícias das nossas redes sociais. Perdemos completamente o controle da fonte. Alguém está pautando nossa leitura, com conteúdo de qualidade duvidosa e até Fake News.

Para resolver isso e manter o repertório afiado, a dica é manter o hábito de ler jornais e revistas, com conteúdo mais denso e de qualidade. Você pode até optar pela mídia online, mas se você quiser se manter informado é crucial você acessar o conteúdo pago, que é mais denso e apresenta colunistas mais articulados e plurais. Independente da sua vertente político-econômica, é importante ler veículos como:

  • Folha de São Paulo
  • Estadão
  • Exame
  • Época
  • Veja
  • Carta Capital
  • Revista Piauí
  • The Economist
  • Revista Time

Lembre-se que aprofundar na leitura vai ampliar seu repertório, mas não é apenas isso: é crucial você dominar diferentes assuntos, tais como política, economia, esportes, artes, cultura ou qualquer outro assunto do seu interesse.

2 – Leitura de livros

 É indiscutível que a leitura faz muito bem para o crescimento da sua fluência em diferentes assuntos. Mas não basta ler apenas periódicos. Importante realizar a leitura de livros, que podem ser tanto de assuntos técnicos, como também de literatura clássica, romance ou ficção. A leitura de diferentes autores irá trazer novas perspectivas de mundo, ensinar diferentes formas de escrita e até assunto para você conversar com amigos e colegas profissionais.

3 – Ouça podcasts

Vivemos em mundo que cada vez menos temos tempo para parar e consumir conteúdo. Por outro lado, se você não se atualiza por falta de ocasião, os podcasts simplesmente não vão mais permitir você usar essa desculpa.

Ouvir podscast é prático: você consome o conteúdo enquanto dirige no caminho do trabalho, durante uma corrida no parque ou quando espera em alguma fila. Procure montar uma biblioteca com podcasts do seu interesse. Segue abaixo alguns que acho imperdíveis:

  • CBN Professional
  • Cast for Closers
  • Mario Sergio Cortella
  • HBR Ideacast
  • TED Talks Daily
  • The Tony Robbins Podcast
  • Drops de Inteligência Financeira

4 – Aprenda um novo idioma

Quando aprendemos um novo idioma, não é apenas gramática ou uma nova língua que estamos conhecendo. Um novo idioma traz uma nova cultura, uma maneira diferente de pensar e ver o mundo. Essa é a maior riqueza e algo que sempre me deixou cético sobre a relevância dos tradutores instantâneos.

Normalmente quanto mais idiomas uma pessoa fala, mais rica culturalmente tende a ser essa pessoa. Portanto, considere o aprendizado de uma língua diferente das que você já fala. Caso não tenha se aprofundado na cultura do seu idioma estrangeiro, existe um dever de casa a ser jeito. Já!

5 – Veja mais filmes

É indiscutível que as séries tomaram conta da nossa atenção quando o assunto é entretenimento. Nada contra elas, mas é importante saber que ficar preso à uma história durante 5 temporadas significa você ficar dentro de um microcosmo durante 5 anos. Por outro lado, ver filmes amplia seu leque cultural e visão de mundo.

Cada filme traz um enredo, uma visão artística de um diretor, diferentes atores e contextos completamente distintos. Por isso é importante você manter os filmes no seu cotidiano. Pegue a lista dos indicados ao Oscar e assista. Escolha um filme de um país diferente. Participe da Mostra de Cinema de São Paulo. Veja filmes antigos. Tudo isso irá enriquecer seu repertório.

6 – Viaje para lugares diferentes

Toda vez que viajamos, quando voltamos podemos ser uma pessoa diferente da que fomos. Quanto mais singular for a viagem, maior a chance de crescermos como indivíduo. Se a viagem for para o exterior, a chance de você se tornar uma pessoa mais rica culturalmente é quase garantida. Logo, não deixe de viajar, sobretudo para lugares novos, longe da sua zona de conforto. Mas não transforme isso numa obrigação, senão tudo perde sentido.

7 – Veja um TED Talk por semana

Desde o início o TED Talk traz pessoas com alguma ideia capaz de causar grande impacto na vida das pessoas e do mundo. Mas a grande inovação do TED não foi o conteúdo e sim o formato de apresentação, curto, objetivo e de fácil assimilação. Crie a rotina de ver um TED por semana e depois de alguns meses me conte como foi o resultado dessa ação na sua vida. Você irá se surpreender!

8 – Converse com desconhecidos

Se você for igual a mim, uma pessoa mais reservada e introspectiva, provavelmente não dará valor e até não gostará de conversar com gente desconhecida. Por um lado, você vai economizar muita conversa desnecessária, mas por outro, estou seguro que você está deixando passar uma excelente oportunidade para conhecer pessoas incríveis, com excelentes estórias. A minha dica: quebre um pouco essa desconfiança que coisas legais irão acontecer na sua vida.

9 – Frequente lugares novos

Quando gostamos de um lugar, é natural que a gente estabeleça uma rotina de retorno. Isso significa que regressamos na mesma pizzaria que adoramos, passamos férias na mesma praia, fazemos o caminho mais curto para o trabalho dentre uma dezena de outros hábitos. Mas se você quiser enriquecer a sua vida, é importante de vez em quando testar o novo. Que tal comer uma culinária diferente, ou ainda aceitar um convite de passeio que você normalmente não faria?

10 – Participe de Meet UPs

O Meet Up é uma plataforma digital que reúne as pessoas por interesses. São grupos que se formam por conta de uma temática e depois buscam realizar encontros presenciais. Trata-se de uma solução On2Off. A dica aqui é escolher algumas temáticas profissionais e também pessoais e partir para realizar troca de experiências e ideias com pessoas diferentes em sua cidade e até país.

O que achou dessas 10 dicas para enriquecer o seu repertório pessoal e profissional? Certamente existem muito mais caminhos para se tornar uma pessoa mais informada, culta e interessante. Compartilhe suas ideias!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como a falta de repertório cria profissionais mancos

Vivemos em uma Era de extremos quando o assunto é conhecimento. Se por um lado temos ao nosso dispor uma quantidade de informações como nunca antes existiu antes, por outro, cada vez mais as pessoas restringem seu saber a poucos cliques ou a fontes de conhecimento parcas. As consequências são as mais variadas, tanto na esfera pessoal quanto no âmbito profissional.

No que tange a carreira, é cada vez mais comum encontrar profissionais com repertório geral reduzido, o que limita a carreira destas pessoas e ao mesmo tempo deixa empresas fragilizadas. Quando me refiro a repertório pequeno, estou essencialmente falando sobre conhecimento geral sobre artes, economia, política, além, é claro, sobre conhecimentos específicos sobre a área de atuação de cada profissional. Também poderíamos incluir nessa conta o repertório emocional, que consiste na habilidade que cada pessoa possui para lidar com diferentes situações da vida.

Agora que já delineei o que pretendo dizer com repertório reduzido dos profissionais da atualidade, podemos avançar um pouco. Pessoas com repertório limitado possuem dificuldade em lidar com situações corriqueiras do dia a dia e também não conseguem sair facilmente de situações que não viveram antes. Tendem apresentar um desenvolvimento na carreira mais lento e, em alguns casos, colocam a empresa em que trabalham em situações de ameaça. Basta imaginar um profissional com pouco conhecimento sobre o que ocorre no Oriente Médio opinando sobre a situação da Palestina com um cliente árabe ou judeu.

Por que o repertório dos profissionais reduziu tanto?

 Não pretendo esgotar a discussão sobre a sensível redução do conhecimento geral das pessoas no contexto profissional, até porque existem especialistas que poderiam aprofundar essa discussão com muito mais propriedade. No entanto, tenho observado algumas situações que acredito que podem limitar claramente o desenvolvimento profissional e pessoal de muita gente. Eis abaixo meus palpites:

1 – Lemos muitas manchetes e poucas notícias

 Atualmente temos ao nosso dispor uma série de portais de notícias e fontes de informação na web. Apesar da quantidade, é cada vez mais comum termos uma visão muito genérica e cada vez mais superficial do que acontece ao nosso redor. Pessoas passam o olho nas manchetes, mas poucos leem uma notícia até o fim. Conteúdos impressos, que tendem a ser mais densos, é menos comum ainda na rotina dos leitores. Tudo isso reduz o entendimento de mundo dos indivíduos.

 2 – Preferimos séries a filmes

 Antigamente quem gostava de filmes ia no cinema ou ainda assistia as produções cinematográficas pela TV. Com a popularização das séries, os expectadores cada vez assistem menos filmes em detrimento dos seriados. A consequência é que um seriado retém uma pessoa ao redor de uma história durante anos, diferente de um filme, em que cada produção possui um diretor diferente, com personagens distintos e histórias completamente singulares. Quando trocamos filmes por séries perdemos repertório.

 3 – A Era do On Demand não nos expõe ao novo

 Hoje temos ao nosso dispor uma série de conteúdos sob demanda. Podemos ver a novela, o jogo de futebol, o filme ou ainda música no momento que nos for mais conveniente. Praticidade à parte, quando a gente consome conteúdo sob demanda, adotamos uma lógica pragmática, que nos restringe a possibilidades de conhecer o novo. Veja o ato de ouvir música: quando tínhamos como única opção conhecer novas canções pelo rádio, escutávamos uma variedade de melodias, sendo obras que gostávamos ou não. Esse processo enriquecia nosso repertório musical e cultural. Hoje, com o Spotify, escutamos apenas músicas com estilos semelhantes ao que já gostamos. Não conseguimos avançar muito além do que já temos.

 4 – Vivemos na bolha dos algoritmos

 Algoritmo é o termo que mudou nossa vida nos últimos dez anos e vai impactar cada vez mais nossa rotina. São eles que recomendam que série assistir no Netflix, que grupo participar no LinkedIn, qual banda conhecer no Spotify ou ainda o que ler no Facebook. Esse mundo perfeitamente personalizado e sob medida produzido pelos algoritmos nos traz conforto e eficiência, mas nos coloca dentro de uma bolha. Vivemos em uma espécie de Coréia do Norte digital, em que as informações fluem sob estrito controle e são reguladas. Não temos espaço para o novo e nossa tolerância a opiniões divergentes é cada vez mais reduzida. Com isso nosso repertório mingua.

 5 – A ascensão na carreira é mais rápida e não linear

 Durante décadas crescer na carreira exigia trabalho duro, estudo e muito tempo de casa para alcançar posições maiores dentro da empresa. Quanto mais grisalho o cabelo, maior o cargo da pessoa. O mundo mudou e as coisas acontecem de forma menos linear e muito mais veloz. Com isso temos profissionais jovens assumindo cada vez mais cargos de liderança, o que é justo. Por outro lado, é inegável que parte da bagagem de um indivíduo é conquistada com a vida, no dia a dia. Quanto mais velha é uma pessoa, mais chance ela possui de ganhar maturidade (isso não é uma regra, mas uma vantagem!). Desta forma, é comum vermos profissionais com menos prática diante de situações que ainda não possuem maturidade suficiente para lidar.

6 – Nossa educação é cada vez mais utilitarista

 O salto que a humanidade deu no conhecimento nos últimos 50 anos é gigantesco. Neil Armstrong pisou na Lua com apoio de um computador de apenas de 2 KB de RAM. Diante da evolução do saber e da tecnologia, é cada vez mais comum termos uma educação voltada para domínios específicos e utilitaristas, ou seja, perguntamos sempre: “preciso aprender isso para quê? “. Essa preocupação incessante com a aplicabilidade do conhecimento de jovens alunos produz pessoas sem grande conhecimento de base. Nota-se cada vez mais profissionais sem conhecimento de literatura, filosofia e princípios universais da vida, que continuam regendo as relações humanas.

 7 – Restringimos cada vez mais o contato pessoal

 O mundo evolui para um contexto social mais tecnológico e conectado. Estamos diante de um paradoxo: conseguimos nos aproximar de mais pessoas com a tecnologia, mas também nos afastamos delas. Hoje decidimos se vale a pena sair com uma pessoa ou não por aplicativo. Não precisamos do contato pessoal para realizar essa avaliação. Outra situação interessante: o ensino à distância (EAD) permitiu a democratização da educação. Por outro lado, ao fazer uma faculdade online perdemos grande parte das interações humanas que um curso de graduação promove ao longe de alguns anos. Isso mais uma vez reduz repertório.

A redução de repertório parece ser uma consequência das profundas transformações tecnológicas que vivemos nos dias de hoje. Isso não significa que devemos eleger a evolução do mundo como a grande vilã do momento. É comum em períodos de grandes mudanças termos estes desequilíbrios. O que não podemos é aceitar o baixo padrão de entendimento do mundo e das pessoas como algo normal. Em uma economia em que cada vez mais máquinas irão ocupar a posição de pessoas, só vai sobreviver quem possuir empatia, ou seja, a habilidade para se colocar no lugar do outro. E praticar empatia requer muito repertório.

 

 

 

 

 

O que é GDPR e como ela impacta a vida da sua empresa

É bem provável que você já tenha ouvido falar dessa sigla ou ainda que nos últimos dias tenha sido inundado por e-mails de diferentes empresas, a maioria estrangeiras, com atualizações de sua política de privacidade. Mas afinal, o que é a GDPR e como ela impacta a vida de profissionais de marketing e empresários?

General Data Protection Regulation, ou GDPR, é a lei de proteção de dados da União Europeia, que entrou em vigor no último dia 25 de maio, depois de dois anos de promulgação. Em linhas gerais ela determina que empresas com negócios com países do bloco, mesmo que sediados fora do continente, esclareça como os dados pessoais dos consumidores são coletados e armazenados e como serão utilizados. O objetivo final é aumentar a privacidade dos usuários no ambiente on-line.

Como a minha empresa pode ser impactada aqui no Brasil?

 A GDPR possui um forte viés de controle para empresas que atuam diretamente na União Europeia, seja com subsidiárias no continente, seja com coleta de dados de europeus. Seu objetivo foi aumentar a segurança do internauta no continente europeu, no entanto, suas consequências possuem efeitos virais para qualquer empresa presente na internet, inclusive as brasileiras.

Um site brasileiro que faça coleta de dados por cookies está sujeito à GDPR caso um internauta europeu visite a página. O mesmo se aplica se a sua empresa possui uma landing page com captura de dados básicos, como nome, e-mail, telefone ou gênero. Dado que as fronteiras da internet inexistem, qualquer empresa, no limite, está sujeita às normas da GDPR, não se limitando apenas a grandes corporações multinacionais com negócios na Europa.

Aspectos gerais da GDPR

 Se qualquer empresa em uma perspectiva mais ampla será impactada pela GDPR, é importante você conhecer quais são os seus princípios básicos de funcionamento:

  • Dados pessoais: para efeitos da lei, serão considerados dados pessoais todas informações que permitem identificar uma pessoa: nome, foto, e-mail, endereço, dados bancários e até publicações em redes sociais.
  • Registro de menores: Menores de 16 anos só poderão ter seus dados registrados por uma empresa com consentimento dos pais ou responsáveis.
  • Direito a retificação: Dados incorretos ou desatualizados deverão ser retificados pelas empresas detentoras da informação.
  • Direito a exclusão: O usuário pode solicitar, a qualquer momento, que um dado seja excluído.
  • Direito a portabilidade: O internauta pode solicitar uma empresa portabilidade dos seus dados, ou seja, exigir que seus registros sejam fornecidos para serem levados para outra plataforma.
  • Direito de consentimento: As pessoas, ao fornecer seus dados para um site ou plataforma, deverá consentir, de maneira explícita, que concorda em fornecer seus dados para uma relação comercial. Não vale letras miúdas!
  • Direito de acesso: O usuário tem o direito, a partir da GDPR, de saber quais dados uma empresa possui a seu respeito e o que ela faz com essas informações.
  • Notificações de violações: Caso a empresa detentora de dados apresentar uma violação do seu banco de dados e informações de usuários ficarem expostas, cabe à empresa notificar as pessoas impactadas sobre o incidente, em até 72 horas. Isso é válido tanto para processadores, quanto para controladores de dados.

Penalidades para quem não seguir a GDPR

 A nova legislação europeia prevê multas rigorosas para empresas que não atuarem em conformidade com a lei. As sanções para empresas que não cumprirem a GDPR variam de acordo com a gravidade da infração, que podem ser:

  •  Limite inferior de penalidade: 2% do faturamento anual da empresa ou 10 milhões de Euros, o que for maior.
  • Limite superior de penalidade: 4% do faturamento anual da empresa ou 20 milhões de Euros, o que for maior.

Por conta do peso das multas, grandes empresas se adequaram ao máximo à legislação. Segundo um estudo da EY, o custo para tornar uma empresa conforme à GDPR, somente para as 500 maiores empresas norte americanas, chegou a U$7,8 bilhões. No entanto, um estudo global da IBM revela que apenas 36% das empresas estão totalmente adequadas às novas regras. Ou seja, existe um longo a caminho a ser percorrido nos próximos meses.

Tarefa de casa básica

Independente se a sua empresa coleta dados de usuários europeus, vivemos em um mundo que exige cada vez mais transparência das empresas sobre o que elas fazem com os dados obtidos de clientes e usuários de serviços digitais. Por isso, implementar algumas boas práticas pode livrar sua empresa de sérios problemas regulatórios, além de deixá-la preparada para a nova era de relação com o internauta. Sendo assim, considere as seguintes ações:

  • Caso utilize cookies em uma página, deixe claro que você coleta informações e explique os motivos do monitoramento.
  • Em páginas de capturas de dados, explicite os termos de aceite e informe como utilizará essas informações.
  • Realize atualização ou exclusão de dados, caso o cliente solicite.
  • Envie conteúdo relevante para o seu cliente e evite ao máximo praticar SPAM.

No Brasil, os desdobramentos da GDPR estão apenas no início e certamente irá fomentar discussões regulatórias que irão modificar o ambiente legal sobre como utilizamos dados dos usuários. Independente de como a legislação brasileira está organizada, a dica é: se adeque ao máximo a GDPR, pois nunca sabemos de onde vem o próximo clique do seu site ou aplicativo.