Arquivos mensais: outubro 2015

Os segredos de se fazer um bom networking

A maioria das decisões de alta complexidade e que envolvem alto valor, como a escolha de um novo fornecedor ou contratação de um funcionário geralmente envolve riscos. Por conta disso, grande parte dessas decisões são pautadas pela indicação pessoal.

Diante desse cenário, cada vez mais pessoas entendem a importância de se desenvolver um bom networking para ser bem sucedido no mundo dos negócios e na carreira. Ainda sim, tem muita gente que confunde o real papel de ter uma boa rede pessoal e nutre preconceitos sobre o que é networking.

Networking

Para muitos, o networking ainda é confundido como uma etapa do processo de vendas. Existe também a ideia de que networking é um bate-papo informal com pessoas estratégicas. Outra confusão bastante corriqueira é pensar que networking consiste em conhecer novas pessoas.

Todas essas confusões fazem algum sentido porque de alguma forma essas ideias orbitam o conceito de se fazer networking, porém não é sua essência. Networking é uma maneira de se estabelecer relações sólidas e que por meio delas surgirão oportunidades, mas não necessariamente diretamente dessas relações.

Uma vez que o conceito de networking está claro, existem quatro ingredientes que são cruciais para construção de uma boa rede de contatos:

  1. Marca pessoal: Consiste em definir pelo o que você gostaria de ser reconhecido. A marca pessoal deve transmitir aquilo que você é capaz de fazer. Sendo assim, você deve trabalhar para ser o primeiro nome que vem à cabeça das pessoas na sua área de atuação. Isso é uma marca pessoal forte.
  2. Credibilidade: Não adianta nada ser lembrado, se você não for confiável. A credibilidade é o que dá sustentação à sua marca pessoal. Em palavras bem simples, é cumprir combinados e saber o que está falando.
  3. Visibilidade: Para sua networking ser fortalecida, você precisa ser conhecido. Para isso, é preciso aparecer, expor seu trabalho e sua empresa. Como você utiliza as redes sociais? Quantos eventos participa por mês? Quais grupos de negócios faz parte? E como andam os eventos sociais?
  4. Capital social: É o elemento mais denso para se construir uma boa rede de contatos. O capital social indica quão profundo você estabelece relações com sua rede. Está muito ligado à sua reputação e como você ajuda as pessoas ao seu redor. Para saber como anda seu capital social, responda a seguinte pergunta: quantas pessoas eu posso ligar às 2h da manhã para discutir um assunto de emergência?

Para quem pretende desenvolver sua rede de contatos, é importante pensar nesses quatro elementos e fazer uma análise real de como você está em cada um deles. Feito o diagnóstico, elabore um plano para melhorar cada um dos itens.

Quem busca ampliar a sua networking, além de focar nos 4 ingredientes acima, é importante possuir um modelo mental que considere alguns conceitos em toda relação com outras pessoas:

  • Quando conhecer alguém, pense sempre primeiro em como ajudar essa pessoa, antes de pedir algo em troca. Mas também não adianta ofertar algo esperando imediatamente uma troca. Trata-se de uma relação que não é transacional. Você ajuda e a troca vem, dessa pessoa ou de outra.
  • Nenhum contato é feito sem correr algum tipo de risco. Portanto, não tenha medo de se aproximar de pessoas que você acha importante. Normalmente, esse medo ocorre, na maioria das vezes, por receio de ser rejeitado. Portanto, cuide desse temor.
  • Tenha atitude positiva e autoconfiança sempre. Pessoas adoram gente com energia positiva e que confiam no que falam e fazem. Como está sua atitude? Cuide dela, pois isso pode ser um grande imã para atrair as pessoas, ainda mais em tempos de crise, em que todo mundo reclama.
  • Manter contato é mais importante e difícil do que fazê-lo. Quem entra no ritmo de fazer networking normalmente esquece de manter os contatos existentes. Cultive suas relações e saiba que isso é trabalhoso.
  • Ajude as pessoas a melhorarem, sempre. Toda vez que interagir com alguém, pense em como tornar essa pessoa melhor com aquela interação.
  • Se interesse pelos outros. Quando conhecer alguém, ouça, busque conhecer a pessoa que está do outro lado. Você será alguém mais interessante se ouvir mais do que falar.

Fazer networking bem feito é uma arte e com disciplina e força de vontade é possível ampliar sensivelmente sua rede de contatos. Para mim, o segredo do networking bem feito é quando ele fica algo natural na nossa vida e que se torna uma atividade automática, como andar de bicicleta ou tomar sorvete.

Pretendo escrever mais sobre como uma boa rede de relacionamentos pode mudar nossas vidas. Existem erros básicos que a maioria das pessoas comentem, assim como diversos grupos e atividades que incrementam nosso networking.

Até breve!

Como os shoppings tem usado a tecnologia para personalizar o atendimento

Em um passado não muito distante, se um empresário fosse abrir uma loja em um shopping, o centro comercial iria passar ao empreendedor o perfil demográfico das pessoas que frequentam o estabelecimento, bem como a renda média das pessoas, a frequência de visitas, o ticket médio entre outros indicadores que são cruciais para se escolher um shopping.

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Com o avanço tecnológico, os shoppings estão aprimorando os seus serviços aos clientes finais e por consequência, para os lojistas. Vejamos alguns exemplos.

Hoje, quando um cliente visita um shopping, é bem provável que esteja disponível para ele um wi-fi gratuito, mediante um cadastro prévio. Quando o cliente acessa o wi-fi do shopping, o estabelecimento consegue monitorar pelo sinal do wi-fi quais são os corredores que o cliente frequentou e mais: é possível conhecer quais páginas esse cliente visitou na internet.

Nos shoppings de São Paulo um dos termos mais buscados são os resultados do placar da rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. Com esse rastro deixado pelo usuário é possível saber qual time de futebol o cliente torce e enviar uma promoção personalizada do clube dele de alguma loja do centro comercial. O que permite realizar esse tipo de análise são poderosas ferramentas de Big Data, que ainda carecem de muita análise humana para oferecem insights de vendas interessantes para os lojistas.

Além das ferramentas de Big Data, que permitem personalizar promoções e traçar o perfil de consumo e uso do shopping, os centros comerciais também estão investindo em apps mobile, que melhoram sensivelmente os serviços prestados aos clientes.

Atualmente, ao menos 20% dos shoppings da capital paulista possuem aplicativos que permitem pagar o ticket do estacionamento pelo app, realizar reserva de mesa nos restaurantes, traça rotas dentro do shopping, marcar vaga onde o carro foi deixado e ver a programação do cinema. Tudo isso facilita a vida do cliente e ajuda ele ganhar tempo, o que certamente atrai mais gente para o shopping.

Mas os aplicativos mobile podem ir além na melhoria dos serviços prestados ao consumidor, pois ainda existe muita inconveniência em shopping lotado em dia de chuva ou próximo às datas comerciais do varejo. Quem nunca sofreu em ficar bastante tempo procurando uma vaga no estacionamento e não encontrou? Os apps dos shoppings poderiam avisar os clientes sobre a disponibilidade de vagas. Ou um problema ainda mais frequente: praça de alimentação lotada. Se o app do shopping permitisse as pessoas pedirem antecipadamente a comida nos restaurantes, seria possível mapear previamente a demanda e ajudar a distribuir melhor o consumo.

Ainda que existem muitas melhorias a serem realizadas nos shoppings, o primeiro passo já foi dado. Os centros comerciais estão personalizando cada vez mais a experiência dentro dos seus espaços e conhecendo o hábito individual de cada consumidor. Ganha o cliente que conta com um atendimento mais premium e ganha também o lojista, que consegue ofertar promoções mais certeiras, que não são baseadas apenas no perfil sócio-econômico do cliente.

 

 

Como o princípio 80/20 pode mudar nossa vida

No final do século XIX o economista italiano Vilfredo Pareto fez uma descoberta que mudaria a maneira de vermos o mundo. Pareto descobriu, ao analisar os padrões de riqueza e renda da Inglaterra, que 80% da riqueza do país encontrava-se com 20% da população. Com isso, notou-se claramente que existia um desequilíbrio na distribuição de riqueza.

Mas certamente a grande descoberta de Pareto foi que esse padrão de desequilíbrio se repetia constantemente na natureza: 20% dos produtos de uma empresa representavam cerca de 80% das vendas; 20% dos criminosos respondiam por 80% dos delitos e 20% das nossas roupas correspondiam por 80% do uso.10597524384_5106b7d349_z

A grande descoberta de Pareto é que existe um desequilíbrio muito grande na natureza entre causa e efeito. E essa descoberta vai na contramão do que nossa intuição prega. Pensamos que 50% das causas ou esforços representam 50% dos resultados, o que traz uma ideia de equilíbrio, o que na prática não é verdade. E esse desequilíbrio não é necessariamente na relação 80/20. Pode ser 90/10, 60/40 ou qualquer outra relação que dificilmente vai obedecer a proporção 50/50.

Diante da descoberta do princípio 80/20, percebemos que grande parte dos nossos esforços trazem poucos resultados e uma pequena parcela corresponde pela maior parte do bom desempenho. Portanto, para se livrar do pensamento linear, que diz que quanto mais trabalho, mais resultado, é preciso ir na contramão da sociedade.

Sendo assim, o primeiro passo é pensar diferente da maioria, que atua no pensamento linear. Ler os mesmo livros que todo mundo está lendo, fazer a mesma pós-graduação que todo mundo da empresa faz, trabalhar 12 horas por dia na espera de uma promoção não irá levá-lo muito longe.

Uma vez disposto a romper o pensamento linear de causa de efeito, é hora de analisar profundamente o que realmente traz resultado em nossas vidas, seja no campo profissional ou pessoal. Essa definição de resultado pode e deve ser subjetiva. O que é resultado para mim? Saber essa resposta e identificar o que gera esses resultados é fundamental para evoluir no assunto.

Uma vez identificado o que traz resultado, o trabalho é focar nessas atividades e buscar atalhos para fazê-las com o menor esforço possível. Devemos focar em poucas coisas na nossa vida e terceirizar o restante. Só assim é possível trazer resultado com o princípio 80/20. Destaco que abrir mão de coisas que sempre fizemos na crença de que aquilo era importante para gente, não é tarefa fácil. Talvez esteja aí a maior dificuldade de implementar o princípio 80/20 em nossas vidas.

O curioso é que o desequilíbrio apresentado pelo princípio 80/20 se aplica praticamente em todos os campos da vida: nos ganhos dos investimentos financeiros que fazemos, em nossa profissão e até no prazer que obtemos das relações interpessoais, o que pode servir de estímulo para sua aplicação. Por outro lado, ignorar esse princípio pode consumir nosso recurso mais precioso: o tempo.

Caso queira aprofundar mais esse conceito, existe um livro que recomendo e que foi a base para escrever esse post: “O princípio 80/20” de Richard Koch, que foi uma das leituras mais importantes que fiz em 2015.

Porque devemos focar sempre no presente

Você já reparou quanto tempo gastamos fazendo planos ou pensando como será a nossa hora seguinte? Ou ainda, quanto tempo investimos revivendo o passado? Em geral, existem pessoas mais voltadas para o futuro e outras mais ligadas ao passado. Mas poucas são as pessoas que vivem o presente com plenitude.Unknown

Quando nos atentamos com o passado, ele nos conecta com nossa identidade e história de vida. Isso traz bastante sentido para o presente. Já o futuro guarda nossos sonhos, esperanças e até incertezas. Mas é o presente que nos permite ter uma vida com mais significado.

No livro “Bilionários”, de Ricardo Geromel, o autor entrevistou os principais bilionários do mundo e buscou encontrar traços de personalidade em comum dessas pessoas. Uma grande descoberta foi que de Carlos Slin a Abílio Diniz, todos esses empresários possuem uma capacidade imensa de estar 100% focados no presente.

Quando estamos concentrados apenas no momento atual, conseguimos nos diferenciar da maioria das outras pessoas e coisas incríveis acontecem em nossas vidas. Primeiro, caso estejamos com outra pessoa, iremos fazer com que ela se sinta especial. Com o foco no presente, escutamos melhor e praticamos empatia, o que enriquece essa interação pessoal.

A segunda importância de estarmos 100% no presente é autoconhecimento. Como anda suas emoções? E o seu corpo, o que ele está sentido? Como está a sua respiração? São elementos que ignoramos constantemente no dia a dia, mas que diz muito sobre nosso preparo para enfrentarmos os desafios e trazer mais felicidade.

A terceira vantagem de estarmos no presente diz respeito à nossa eficiência em fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Diferentes linhas de pesquisas científicas apontam que nosso cérebro perde eficiência quando executamos mais de uma tarefa em conjunto.

Ainda que existam benefícios claros de vivermos apenas o presente, o desafio para se focar apenas nele é imenso. Vivemos em um mundo repleto de distrações digitais e com inúmeras opções de escolha. Enquanto falo com você, posso manter uma outra conversa no Whatsup e/ou ainda curtir uma foto no Instagram. Quando vou almoçar posso escolher entre mais de 100 opções de restaurantes que com apenas um clique me entregam a comida em questão de minutos. Quanto mais opções temos, mais distrações criamos em nossas vidas.

Mas o segredo de pessoas bem sucedidas, como bem observou Ricardo Geromel, é que elas sabem viver bem o presente. Para essas pessoas, o único recurso escasso é o seu tempo, portanto, elas escolhem bem o que vão fazer e fazem com afinco. Quando adotamos esse tipo de atitude, somos pessoas mais plenas e felizes e certamente traremos felicidade e satisfação para que estiver ao nosso lado. Que tal começarmos a focar mais no agora e deixar as distrações sempre para depois?