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Lições aprendidas no RD Summit 2018

Entre os dias 6 e 8 de novembro ocorreu a 6ª edição do RD Summit, hoje o maior evento de marketing e vendas da América Latina. Durante os 3 dias de evento mais de 150 palestrantes compartilharam conhecimento e ofereceram insights com mais de 100 horas de conteúdo em 8 diferentes palcos.

Participei dos 3 dias do Summit em tempo integral, no total de 16 palestras, com foco essencialmente em marketing e vendas. Busquei assistir palestras com discussões mais estratégicas e menos de debates sobre como fazer algo. Após consumir conteúdo nestes 3 dias e visitar os estandes das empresas expositoras do RD Summit, cheguei a algumas conclusões:

1 – Muito software do mercado não serve para nada

Quem trabalha com marketing e vendas vive um momento único, com a explosão de inúmeros recursos tecnológicos que prometem revolucionar a vida de profissionais que precisam trazer resultados cada vez mais desafiadores. São soluções de inteligência artificial, diferentes aplicações para automatizar o fluxo de produção e publicação de conteúdo, softwares de pré-vendas e pós-vendas, CRMs que prometem melhorar a eficiência do funil comercial.

Certamente existem muito mais aplicações do que um CMO ou executivo comercial consegue acompanhar e avaliar o que faz sentido para sua empresa. Essa proliferação de soluções traz certa angústia para profissionais que querem se manter atualizados. No entanto, o que notei neste evento ao conhecer mais de perto algumas ferramentas que prometem tornar a vida de um profissional de marketing e vendas mais fácil é que muita coisa que está sendo lançada ou ainda propagandeada como a nova vedete do mercado não se passa de grande enganação.

Existem muitas ferramentas no mercado brasileiro que estão sendo lançadas em um estágio pré MVP, ou seja, em versões muito cruas, sem o mínimo de recursos ou estabilidade sistêmica. Muitas destas soluções ainda cobram onerosos onboardings e estabelecem contratos de fidelidade que buscam apenas proteger o aventureiro empreendedor.

Outro problema que se nota é que existe muito software de vendas e marketing que agrega apenas uma ou outra funcionalidade que um determinado software consolidado de mercado oferece e acaba fracionando soluções. Profissionais de marketing e vendas não conseguem gerir inúmeras plataformas no seu dia a dia. Precisam de soluções integradas.

Nota-se que existem muitas ferramentas interessantes e que honestamente podem modificar sensivelmente a performance de uma empresa. Contudo, é preciso ter criticidade em escolher as ferramentas certas. Vi muito lançamento de versões de software no RD Summit de soluções que não servem para nada. É preciso saber escolher!

2 – Vivemos a “sasterização”das estratégias de marketing e vendas

Ainda dentro da lógica da proliferação de ferramentas de marketing e vendas, nota-se que vivemos na Era da Economia das Assinaturas. Faz parte do passado adquirir a licença de um software em pacotes fechados, realizar o download da plataforma e pagar funções que não são usadas. O mercado de software evoluiu e hoje usamos soluções web, que cobram mensalidades dos seus clientes.

O amadurecimento do mercado de SaaS promovido por grandes empresas globais, como Sales Force, Hubspot, Slack, MailChimp, entre outros, trouxe inovações na maneira de se vender e estabelecer relacionamento com os clientes. Essas empresas emergentes alçaram novas lideranças de marketing e vendas, como Aaron Ross e Mark Roberge, que modernizaram a maneira de vender, recrutar equipes e integrar marketing com vendas.

Conceitos da indústria de SaaS começaram a circular nas principais rodas de marketing e vendas do mercado nesta última década, como Customer Sucess, Custo de Aquisição de Clientes, Life Time Value, Churn, MRR (Receita Anual Recorrente) entre outras. Essas métricas modernizaram a discussão de geração de negócios e trouxeram pragmatismo em um mundo gerido pelas assinaturas.

A ressalva que faço a partir do RD Summit 2018 é que hoje as grandes referências mundiais de marketing e vendas da atualidade são da indústria de SaaS, com discussões de soluções que muitas vezes não se aplicam em outros mercados. Esse forte viés pró-SaaS limita a visão de um executivo que atua numa indústria de base, em uma consultoria ou agência de marketing. É preciso sabedoria em pegar esses conhecimentos do mercado SaaS e transpor para outros segmentos da economia.

3 – O evento não é apenas para quem trabalha com marketing digital

O RD Summit surgiu como um evento da RD Station, a maior plataforma de Inbound Marketing do Brasil. No seu início o evento era menor, com conteúdo muito voltado para o ecossistema da RD Station, ou seja, marketing de automação.

Ao longo dos anos o RD Summit ganhou corpo, seja em número de participantes, seja em conteúdo diversificado. Na edição de 2018 o Summit contou com 13 diferentes trilhas de conhecimento, do nível básico ao avançado. O RD Summit 2018 possuía conteúdo para um analista de marketing, para um empreendedor iniciante, ou até um executivo comercial ou de marketing.

Ficou claro que o evento era muito diverso, com gente do Brasil inteiro, seja de profissionais de agência digital, antigos parceiros da RD Station, até profissionais de estatais ou de grandes multinacionais. Ainda que a diversidade foi a grande marca deste Summit, certamente muito executivo de grandes corporações que conheço não foram no evento. E mais, nem sabem da existência deste encontro anual. Perderam discussões altamente estratégicas de profissionais como Jacco Vanderkooij, Renata Centurion, Lúcia Haracemiv, Luiz Piovesana, Ricardo Amorim entre outros.

Profissionais modernos de marketing e vendas devem considerar a participação no próximo RD Summit, independente da sua posição estratégica dentro da sua empresa.

4 –  A RD Station criou um ecossistema de marketing e vendas muito valioso

A RD Station surgiu em 2011 com uma ferramenta simples de automação de marketing, tendo como inspiração o Hubspot, gigante ferramenta SaaS que basicamente criou o mercado de Inbound Marketing.

Eric Santos, um dos fundadores do software, teve uma habilidade ímpar em adaptar conceitos para o mercado brasileiro e disciplina de execução invejável. Mais do que criar um software, a RD Station se propôs a educar o mercado brasileiro sobre conceitos de marketing digital, sempre com o viés de Inbound Marketing.

Ao longo dos anos a RD Station cresceu sua base de usuários, construiu uma audiência e recebeu aportes de investidores bastante generosos, que ultrapassaram R$100 milhões. Hoje a empresa conta com cerca de 12 mil clientes que assinam sua ferramenta e mais de 700 funcionários. Ainda que estes números impressionam, o grande ativo da RD Station não é a sua base de clientes que pagam a mensalidade da plataforma de automação e sim o ecossistema que a empresa criou em torno do inbound marketing, que depois foi ampliado para o marketing digital e agora está englobando a área de vendas.

Hoje a RD Station vende o RD Summit como um evento de marketing e vendas. Nesta edição de 2018 teve mais de 11 mil participantes, que pagaram no mínimo R$1.000 reais para participar do Summit. Ao se estabelecer como plataforma educacional e de influência em marketing e vendas no Brasil, a RD Summit construiu um ecossistema único, muito mais valioso que a sua base de assinantes.

E você, participou do RD Summit? Quais foram as suas impressões? Compartilhe também o que achou dessa análise!