Atualmente existe uma grande tendência entre grandes empresas preocupadas em inovação em se aproximar de startups em busca de coisas novas. Um empreendedor pode oxigenar uma grande empresa, trazer novas ideias e oferecer agilidade na solução de um problema.
Na lista de empresas que seguem esse caminho estão Natura, Telefônica, Braskem, GE Healthcare e Itaú. Normalmente as grandes organizações estão aproximando de uma startup através de quatro possibilidades:
- Realizar hackathons: trata-se da promoção de maratonas de programação para desenvolvimento de softwares que vão melhorar a vida da empresa. A GE Healthcare, por exemplo, acabou de promover o Hack4Health para aumentar a eficiência dos hospitais.
- Incubação de startups: embora muitas vezes não se trata de uma incubadora tradicional, grandes empresas estão criando espaços para abrigar startups, num misto de coworking, incubadora e aceleradora. Nesses espaços diferentes startups trocam experiências, se aproximam de investidores e claro, ficam muito próximas da observação da empresa que financia o espaço. Como exemplo, podemos citar o recente lançamento do Cubo, financiado pelo Itaú em parceira com o fundo Redpoint.
- Premiações: Outra maneira de se aproximar de startups é criar premiações que são oferecidas a empreendedores que solucionem algum problema de uma grande empresa. O Bradesco criou ano passado o concurso InovaBra que buscou startups com soluções para seus desafios tecnológicos.
- Consultoria: Uma forma mais objetiva de buscar inovação através de uma startup é buscar consultoria de uma agência especializada em inovação, que através de um briefing, encontra a startup com a solução mais adequada para o desafio da empresa. A Pernod Ricard desenvolveu uma máquina que prepara drinques em parceria com uma startup através desse caminho.
Quando uma empresa busca parceria com uma startup, os ganhos são claros: inovação à baixo custo, agilidade e acesso a tecnologia de ponta. Porém, ter acesso a uma miríade de inovações pode ser inútil se a cultura da empresa não estiver preparada para lidar com esse tipo de processo criativo. O empreendedor pode ser um corpo estranho à empresa e suas invenções podem ser subaproveitadas. Pode parecer simples, mas esse choque cultural é bem possível que ocorra.
Do lado da startup, oferecer uma inovação à uma grande empresa pode ser o que difere sua chance de sucesso ou fracasso, pois o acesso ao mercado que a grande empresa pode possibilitar é muitas vezes o ponto de virada da startup. No entanto, a startup não pode se transformar em um departamento de inovação da grande corporação e o empreendedor em um mero funcionário da empresa. Como crescer com a grande empresa, sem depender somente dela? Esse é o desafio do empreendedor. Achar o ponto de equilíbrio nessa relação, tanto da ótica da empresa, quanto da startup, é crucial para que ela dê bons frutos.