Arquivos mensais: fevereiro 2017

Estamos perdendo uma oportunidade no LinkedIn. Sabe por quê?

Com mais de uma década de existência, o LinkedIn tornou-se, indiscutivelmente, a maior rede social profissional do mundo. Hoje já são mais de 400 milhões de usuários no mundo e no Brasil, mais de 25 milhões de profissionais e estudantes utilizam a plataforma como fonte de conexão profissional. Ao longo da história, a rede social passou de um site sisudo, para uma ferramenta descolada, muito parecida com o Facebook em termos de usabilidade. Diante de tamanha evolução da rede, a pergunta importante que fica é: será que as pessoas e empresas estão usando o LinkedIn em todo seu potencial?

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Dado que hoje o LInkedIn oferece inúmeras possibilidades para um profissional se comunicar, se conectar, procurar emprego e vender, utilizar a plataforma com inteligência requer um bom planejamento de como se quer explorar a presença nesta rede social. Não basta simplesmente atualizar! E o que se vê no dia a dia do LinkedIn Brasil?

Primeiro, as pessoas estão usando muito mais o LinkedIn. Um grande motivo foi a evolução da plataforma, tanto em termos de usabilidade, que facilitou o seu uso, como também em termos de funções. O Pulse, por exemplo, ajudou as pessoas difundirem conteúdo autoral de qualidade. Outro ponto que aumentou consideravelmente o uso do LinkedIn foi a crise econômica. Com mais pessoas desempregadas e procurando emprego, o uso da rede social disparou.

No entanto, o uso mais frequente do LinkedIn está sendo acompanhado por alguns vícios de conteúdo, que toda rede social adquire à medida que ela ganha mais usuários e se populariza. Hoje, ao entrar no LinkedIn vemos uma timeline quase monocromática, com os mesmos conteúdos postados e compartilhados pelas pessoas país afora. Quem não encontrou hoje pelo três de algum dos conteúdos a seguir:

  • Fotos de crachá: São postadas por funcionários que estão comemorando aniversário de empresa e/ou deixando a corporação depois de longos serviços prestados. Normalmente são acompanhadas por um discurso de gratidão e nostalgia.
  • Fotos da mesa de trabalho: Funcionários novos de algumas poucas organizações são recebidos com um “Welcome kit”que inclui um MacBook novinho, camiseta, material de escritório e fone de ouvido. Esse tipo de publicação alcança facilmente dezenas de milhares de curtidas, compartilhamentos e comentários de que essa empresa é o exemplo a ser seguido.
  • Pessoas pedindo emprego: A crise pegou todo mundo e nada melhor que o LinkedIn, uma rede profissional, para comunicar a todos a necessidade de um novo emprego. Existem profissionais que relatam a real necessidade de se recolocar rapidamente e topam qualquer oportunidade na rede social.
  • Pessoas agradecendo o emprego conquistado: O LinkedIn tem se mostrado solidário com muitas pessoas e alguns profissionais conseguem recolocação após comunicar seu desespero na rede. Nada mais justo do que agradecer a graça alcançada.
  • Frases motivacionais: Um dos primeiros conteúdos padrões do LinkedIn, ainda fazem sucesso. Normalmente são as mesmas frases, que muitas vezes são difundidas por profissionais da área de desenvolvimento pessoal e replicadas pela rede social pelos demais usuários.
  • Problemas matemáticos e enigmas: Um tipo de conteúdo também bastante batido, que frequenta toda timeline diariamente. Postam-se problemas em que o usuário deve escrever nos comentários a resposta. É como se fosse um atestado de capacidade intelectual.

Quando observamos esse conteúdo repetitivo se replicando em escala exponencial na maior rede profissional do mundo, um alerta deve soar, não apenas para os profissionais de marketing, mas para todos os profissionais que fazem parte desta rede. Primeiro: a plataforma começa a ficar chata. Conteúdos criativos são rapidamente copiados e replicados à exaustão, sem uma evolução na narrativa. Segundo: se o LinkedIn é uma rede social para os profissionais se diferenciarem em sua trajetória profissional, como mostrar-se de uma forma ímpar ao mercado se todos compartilham e produzem o mesmo conteúdo que o profissional ao lado?

Talvez a grande vantagem de se usar o LinkedIn é que a plataforma possui hoje uma audiência altamente segmentada e qualificada. Através dele é possível alcançar os mais variados profissionais do mundo e construir reputação de uma maneira como nunca antes foi possível. Para se ter uma ideia, cerca de 45% dos leitores do Pulse, ferramenta de publicação de artigos do LinkedIn, são de alto escalão: CEOs, diretores e gerentes. Portanto, é possível se firmar como um profissional respeitado e diferenciado através da produção de artigos únicos. Basta disciplina e um bom posicionamento para se construir essa reputação.

Além de artigos, é possível fugir do clichê contando boas histórias através da atualização do feed com links de textos interessantes, vídeos e imagens. Procure conteúdo que engaje o público e tenha a ver com o posicionamento que se quer passar na rede social. Evite os conteúdos padrões, pois nenhum empregador ou prospect gosta de ouvir a mesma história repetida várias vezes. Aqui é preciso investir algum tempo e testar, algo que a grande massa do LinkedIn não faz, pois apenas replicam posts.

Outro ponto importante: invista tempo revisando o próprio perfil profissional. Nunca é demais lembrar que é crucial usar uma foto profissional, que o represente no dia a dia. Exemplo: não coloque uma foto de terno se hoje você não usa mais esse traje no trabalho. Explique em detalhe as suas experiências profissionais, sem usar terceira pessoa; coloque suas competências com olhar estratégico. Exemplo: é muito comum profissionais de alto escalão colocar como competência “Pacote Office”, algo que não agrega para um profissional nesse estágio da carreira. Por fim, utilize palavras-chave no perfil que o diferencie dos demais. Para ajudar, segue a lista das 10 palavras mais usadas no LinkedIn a serem evitadas no seu perfil:

  1. Especializado
  2. Líder
  3. Estratégico
  4. Focado
  5. Responsável
  6. Com experiência
  7. Inovador
  8. Apaixonado
  9. Criativo
  10. Excelente

Que tal começar a usar o LinkedIn de uma maneira mais estratégica? Lembre-se: na na web, você é aquilo que você produz e compartilha. Sair do clichê já vai fazer uma diferença imensa na maneira como as pessoas percebem o seu trabalho.

 

 

10 erros comuns de quem quer montar um negócio

Ao longo da minha carreira de empreendedor e também à frente de uma empresa que ajuda empreendedores a transformar seus sonhos em negócios, deparo-me com alguns erros que se repetem na maioria dos empreendedores. Erros que também já cometi em algum momento em minha trajetória empreendedora, que se compartilhados, podem ser evitados por muita gente. Afinal, quais são esses erros?

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1 – Apaixonar-se demasiadamente por uma ideia 

Nos tempos atuais, em que vivemos na Era do Conhecimento, empreender virou sinônimo de ter uma ideia brilhante, que transforma mercados e o mundo. Diante disso, vejo empreendedores em busca de uma ideia revolucionária, que irá mudar uma indústria inteira.

O grande problema de se buscar a “big idea” é que vemos cada vez mais as pessoas se apaixonando demais por ideias e se preocupando pouco em questionar sua viabilidade ou como implementá-la.

Não questiono a importância em se ter uma boa ideia, porém o seu sucesso ou fracasso com essa ideia depende exclusivamente da sua capacidade de implementação. Por isso, é importante compartilhar essa ideia com o máximo de pessoas e testa-la no mundo real, de diferentes formas.

Talvez a grande sacada seja, quando se tiver uma grande ideia, testar ao máximo sua viabilidade, para depois se apaixonar por ela, e não o contrário. Se você se apaixona por uma ideia antes de avaliar seu real valor, dificilmente irá conseguir fazer uma análise crítica desta ideia. Afinal, é difícil criticar algo que estamos apaixonados.

2 – Não estudar a fundo o mercado

A história se repete: o empreendedor teve uma ideia diferente, não se lembrou de nada parecido no mercado. Eureka! Estou diante de um negócio totalmente inovador no mercado.

Será verdade? Infelizmente é bem provável que em algum lugar alguém também esteja empreendendo algo parecido.

O que é bastante comum entre empreendedores seduzidos por ideias supostamente revolucionárias, é realizar estudos muito rasos de mercado, ou ainda nem avaliar. No fundo, parece que estudar o mercado pode trazer uma resposta desagradável, de que sua ideia não é tão inovadora ou ainda alguém já tentou e fracassou.

Esse é o ponto: o estudo do mercado é crucial para entender se existe mercado para sua ideia, se concorrentes já se organizaram diante desse negócio, ajuda identificar os pontos de fraqueza da sua ideia e oportunidades de negócios.

Existem várias formas de se fazer um estudo de mercado: a forma básica é pesquisar no Google. Mas faça uma pesquisa aprofundada, que vai muito além da primeira página e de meia dúzias de palavras-chave. Pesquise diferentes termos, sinônimos, pense em como seu potencial cliente pesquisaria sobre como solucionar o problema que você deseja resolver.

Outra pesquisa ainda envolvendo o Google é utilizar a ferramenta “planejador de palavras-chave”que irá te dizer qual o volume de pesquisas que as palavras-chave do seu negócio apresentam. Com essa informação será possível dimensionar uma possível demanda para o seu produto ou serviço.

Também é importante saber se existe algum negócio semelhante ao seu. Para isso, existem alguns diretórios de startups: para pesquisar no Brasil sugiro consultar o AbStartups e fora do Brasil o Angel List.

Caso esteja pensando em montar um app mobile, também é importante consultar o App Leaks.

3 – Pensar em funcionalidades e não em proposta de valor

Um erro muito comum de quem busca empreender com tecnologia é fundamentar sua ideia de negócios em funcionalidade de serviços e não em proposta de valor. Em outras palavras, o empreendedor pensa em um botão que vai facilitar o pagamento ou ainda uma solução que agrega duas ou mais funcionalidades de soluções distintas que estão no mercado.

A grande fragilidade de se pensar dessa forma é que as pessoas não compram funcionalidades e sim benefícios. Você não usa o Facebook por conta do chat da rede social e sim pelo fato de que através dessa ferramenta você pode saber quem da sua rede de contatos está online e acessá-la facilmente.

Para testar sua proposta de valor é preciso compreender a fundo a dor dos seus potenciais clientes e oferecer algo que eles reconheçam que os ajude a solucionar esse problema legítimo. Quando falamos de proposta de valor, ela precisa ser clara para seu cliente e não para você, empreendedor e dono da ideia. Outro ponto importante: eles precisam estar dispostos a pagar por essa proposta de valor.

Um caso recente do quão frágil é depender de uma funcionalidade para se construir valor envolve o Snapchat. Em novembro de 2015 a startup lançou a função Snapchat Stories, que permite postar vídeos curtos e foi um sucesso entre seus usuários. Em pouco menos de um ano, o Instagram simplesmente copiou a funcionalidade e desde então a rede social do Facebook está roubando postagens do Snapchat. Essa queda ocorre em um momento delicado, em que o Snapchat está às vésperas de realizar o seu IPO.

Qual o foi segredo do Instagram e a fragilidade do Snapchat? Base de usuários. O Instagram possui o dobro de tamanho do Snapchat e o suporte da maior rede social do mundo. Para eles, desenvolver uma funcionalidade pode ser simples e com sua capacidade de investimento em marketing e com um canal de vendas bem refinado, vender uma nova funcionalidade não é a tarefa mais complexa do mundo.

4 – Pensar de maneira complexa

Como normalmente os empreendedores se apegam a uma ideia que vai mudar o mundo e pensam em inúmeras funcionalidades, é natural que suas ideias de negócios sejam complexas.

Em geral, quando ouço uma ideia mirabolante, que na maioria das vezes é boa, existem 3 a 4 negócios diferentes dentro da mesma ideia. O ponto aqui é que os empreendedores precisam treinar melhor o olhar para compreender que as pessoas não compram algo complexo. Se a ideia precisa de mais do que 30 segundos para ser explicada, é bem provável que você tem um problema. Ideias complexas também aumentam o custo de implementação e o risco de fracasso.

Se você vai empreender, pense de maneira simples, que é muito mais difícil e desafiador. Depois de ver as coisas de um jeito mais simples, implemente uma fração da sua ideia no formato de um MVP (Mínimo Produto Viável) para testar o conceito.

5 – Não ter bons sócios

Empreender exige uma grande dose de desafio. Além de habilidades técnicas e gerenciais, será preciso lidar bem com suas emoções. Diante de diferentes exigências, é recomendável buscar um sócio para se compartilhar responsabilidades, tarefas, angústias e riscos.

Algo bem frequente nos empreendedores iniciais é não dar a devida importância em se criar critérios objetivos na busca de um sócio. O mais comum é se chamar um amigo para entrar junto na nova empreitada.

Não existe uma regra que amigos não são bem-vindos em uma sociedade. Porém, é necessário imaginar que o seu sócio deve ser alguém com perfil complementar. Vai ser a segunda pessoa mais cara da empresa e ela deve agregar. Mesmo que esse amigo tenha um perfil complementar, saiba que sociedade é como um casamento. É algo legal, que exige afinidade, que um amigo pode oferecer, porém, existe muito desgaste, que precisa ser gerido no dia a dia. Portanto, fica a pergunta: vale a pena chamar um amigo para ser sócio?

Verdade que não existe resposta fechada para essa pergunta, mas é bom refletir se vale a pena colocar uma amizade em risco e o seu negócio também.

Outro erro comum é ter um único critério para se chamar uma pessoa para ser sócio. Normalmente ocorre quando o empreendedor precisa de um sócio técnico e ele convida alguém com essa bagagem tecnicista, porém ignora se essa pessoa possui objetivos comuns, se os valores pessoais estão próximos, se a pessoa tem perfil empreendedor. É como conhecer alguém na balada e já pedir em casamento. Acredite, tem muita gente fazendo isso.

Se você não possui ninguém para ser seu sócio e você realmente precisa de um, é melhor adiar um pouco o sonho de empreender. Enquanto isso, comece a frequentar eventos de empreendedorismo, participe de grupos de discussão no LinkedIn e outros fóruns. Certamente você irá conhecer pessoas e em algum momento esse sócio irá aparecer.

6 – Não ter um plano para transição de carreira

Esse problema surge para empreendedores que possuem um emprego e desejam seguir carreira solo como empreendedor. Em geral são pessoas que possuem um bom emprego, com salários e benefícios vantajosos e o profissional deseja ficar milionário com sua ideia.

Para esse perfil de empreendedor, em muitos casos eles ignoram alguns elementos do sonho de se viver do próprio negócio. O primeiro ponto que ignoram é o timing das coisas. Imaginam que vão montar seu negócio e rapidamente sua startup será fonte de receita. O otimismo é muito importante para o empreendedor, mas é preciso dosa-lo com uma grande pitada de realismo. É preciso pensar em um ano e meio a dois sem salário.

O segundo ponto que ignoram é a necessidade real de capital para se montar um empreendimento. Esse erro é potencializado entre quem imagina empreender algo na web. Os empreendedores subdimensionam o investimento de se montar um e-commerce, app mobile ou marketplace. Em geral eles olham apenas para o custo de desenvolvimento da plataforma, que na maioria das vezes é o menor custo. Para qualquer negócio digital é preciso audiência e para isso é preciso investir-se em marketing. Cada vez mais o custo de aquisição de clientes nos canais digitais aumenta.

Diante desses dois pontos que os empreendedores ignoram, muitos não realizam um plano correto de transição de carreira, em que vão deixar um emprego estável, mas muitas vezes chato, para um negócio dinâmico, mas que consome muito dinheiro e com retorno incerto.

Para se fazer a transição de maneira mais suave é preciso ter caixa para bancar o negócio e a si próprio e família por um período de até dois anos. Além da transição financeira, é preciso cuidar de outras questões, como os relacionamentos que mudam. É bem provável que quem trabalha em grandes empresas, depois que vira empreendedor, vai sentir uma solidão absurda. Muitas decisões serão tomadas sozinhas e até o almoço e o cafezinho que você toma vai mudar de dinâmica. Muitas vezes você não terá companheiros para atividades simples, como essas. Portanto, cuide para manter uma base de pessoas próximas no novo emprego.

7 – Querer montar o Uber de alguma coisa

Depois do sucesso estrondoso do Uber, que talvez foi a startup que melhor utilizou e popularizou o conceito de economia compartilhada, muitos empreendedores desejam montar o Uber dos eletricistas, o Uber dos professores de inglês, o Uber das manicures e por aí vai.

Realmente vivemos em um mundo em que os negócios não comportam mais muitos intermediários e pessoas ganham consciência que compartilhar recursos e vender seus talentos pode ser uma alternativa interessante, sobretudo em momentos de crise econômica.

O lado que poucos empreendedores enxergam que montar o Uber de qualquer segmento normalmente exige um investimento financeiro muito alto. Primeiro, em tecnologia. Se você vai intermediar uma transação entre duas partes, é preciso ter uma plataforma que atenda bem os dois lados. O segundo investimento, certamente o maior, é em conquistar usuários, neste caso, dos dois lados: o ofertante e o demandador do serviço ou produto. Trata-se basicamente de um marketplace e realizar marketing de um negócio de marketplace geralmente exige muito investimento. Certamente vai ser preciso comprar muita mídia online e possuir equipes de vendas para ganhar escala nesse negócio.

Além da questão financeira, outro ponto que pode surgir, como no caso do Uber e Airbnb, são questões regulatórias. Em muitos mercados, existem questões legais que impedem ou dificultam entrar um ofertante de serviço que quebre as regras atuais. Pode ser nobre e desafiador mudar um mercado, mas isso leva mais tempo e investimento para ocorrer.

8 – Imaginar que um investidor será a primeira pessoa a correr o risco

Todo negócio envolve riscos, sobretudo startups. Nesse ponto até o mais romântico dos empreendedores compreende essa questão. Porém, o que muitos não enxergam, é que como empreendedores, eles devem ser os primeiros a pagar por esse risco.

É comum empreendedores apaixonados por ideias fantásticas, estruturar um projeto e esperar que um investidor aporte uma quantia generosa por essa ideia sem antes ele ter investido um único centavo ou ainda tempo suficiente para desenvolver o negócio.

Em muitos casos esses empreendedores dizem: “quando receber o investimento, saio do meu emprego”. Sair de um emprego é investimento de tempo e dinheiro e envolve risco. Se o empreendedor não fez isso, porque um investidor deveria colocar dinheiro no seu negócio? Verdade que ele não vai colocar.

Outra coisa comum é o empreendedor não ter recursos para pagar um fornecedor, que pode ser o desenvolvedor de uma tecnologia ou a empresa que cuidará do seu marketing. Em muitas situações, o empreendedor convida o fornecedor e oferece um “sucess fee” em que se tudo der certo, o fornecedor ganha pelo trabalho, mas se der errado, ele perde como um sócio, embora ele não seja sócio. Qual a atratividade desse tipo de acordo?

9 – Pensar apenas em startups ou empresas de tecnologia

Nos últimos vinte anos a tecnologia mudou nossa vida e a forma que fazemos negócios. A internet nasceu e com ela apareceram as primeiras empresas de e-commerce, conteúdo online, redes sociais, aplicativos mobile, novos gadgets entre outros.

Nesse período jovens ficaram milionários da noite para o dia e essas empresas tecnológicas lançaram no mercado um novo jeito de fazer negócio e mais, uma nova cultura empresarial emergiu. Diante de tanta mudança legal, a maioria dos empreendedores busca montar um negócio de base tecnológica e/ou uma startup.

Realmente não temos como ignorar o curso da história e do avanço tecnológico. Porém, existem muitos negócios tradicionais, que ainda são atrativos e que precisam de gente capacitada para desenvolvê-los. E mais: nem todo mundo tem perfil e/ou conhecimento técnico para montar uma startup.

Nesse ponto muitos empreendedores se equivocam. É bastante comum pessoas antenadas nas últimas inovações buscarem montar uma empresa de internet das coisas ou uma plataforma de micro influenciadores sem possuir nenhuma bagagem técnica ou conhecimento do negócio. Infelizmente a chance de sucesso nesse caso é baixa.

Por outro lado, existem inúmeros empreendedores inovando no jeito de fazer sorvetes, vender roupas, montar um café ou restaurante por quilo, sem deixar a tecnologia e criatividade de lado. Aqui é preciso ser realista e ter uma boa dose de autocrítica para definir em qual segmento atuar. Certamente seguir o modismo das startups não garante sucesso, pelo contrário, gera frustrações.

10 – Ter a “Síndrome”de conquistar 1% do mercado

 Empreendedores apaixonados por suas ideias em muitas situações as defendem com o seguinte raciocínio: “imagine se eu conquistar 1% do mercado brasileiro…”

Realmente em muitos negócios possuir a fatia de 1% de share representa muito dinheiro. E quem não consegue conquistar míseros 1%?

A falácia desse raciocínio ocorre que em mercados grandes, em que a conquista de um 1% de mercado representa bastante dinheiro, geralmente se trata de segmentos de negócios bastante competitivos e pulverizados. Nesses casos, a conquista desse 1% provavelmente vai exigir um esforço muito grande de trabalho e investimento, pontos que esses empreendedores que defendem a ideia pela conquista do 1% ignoram.

Pode ser muito interessante atuar em um mercado amplo, afinal sempre vai existir demanda. A questão que fica é afastar o romantismo que basta conquistar 1% dos clientes para ficar rico. Você pode conquistar até mais do que esse percentual, mas provavelmente vai entrar numa briga bem competitiva.

O que achou desses erros? O objetivo dessa lista é compartilhar algumas observações e gerar debate. Certamente existem outras questões que ficaram de fora e o ponto de vista que trago é baseado em minha vivência profissional, que certamente não contempla visão única das coisas. Deixe seu comentário, ele vai enriquecer muito essa discussão.