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Porque seu ano não pode começar só depois do carnaval

Não saberia precisar o momento, mas é bem possível que desde sempre ouço em todo início de ano uma sentença que de tão repetida parece já ser um fato incontestável: “o ano no Brasil só começa mesmo depois do Carnaval”. Do estudante universitário ao funcionário público, do empreendedor ao empregado que bate cartão no escritório. Todos parecem concordar com essa máxima que já faz parte da consciência coletiva do povo brasileiro. Mas será verdade?

Para responder o questionamento, busco compreender porque as pessoas alimentam esse pensamento. Uma hipótese, desprovida de qualquer teste empírico, é simples: muita gente sai de férias em janeiro, período de recesso escolar e retorna ao trabalho no novo ano só em fevereiro. Ocorre que em muitos anos o Carnaval é bem no início de fevereiro. Logo, para essas pessoas, o Carnaval acaba emendando com as férias e não é que ano só começou depois do Carnaval?

Mas a pergunta que fica é: quantas pessoas saem de férias em janeiro? Tirando pais de famílias, estudantes e profissionais que trabalham com o calendário escolar, será sobra tanta gente assim para esse pensamento virar uma máxima nacional e o país inteiro esperar o Carnaval para o ano começar?

Quando a maioria dos brasileiros que volta a trabalhar no dia 2 de janeiro afirma que o ano só vai começar depois do Carnaval, elas aceitam passivamente essa ideia, embora o calendário já tenha começado a correr. E de tanto de afirmarem que o ano só vai se iniciar depois do Carnaval, para muitos esse pensamento fatalista inconscientemente leva as pessoas adiarem decisões, a começarem o ano em marcha reduzida e isso se transforma em uma profecia autorrealizável.

O grande prejuízo em deixar para começar um novo ano após o Carnaval é que se perde toda magia e poder de transformação que uma virada de ano pode promover nas pessoas. Todos nós precisamos de inícios e encerramentos de ciclos para evoluirmos e uma mudança de ano é o caminho mais fácil para se marcar essa passagem. Porém, se você vira o ano com essa muleta do Carnaval, dificilmente vai promover grandes mudanças e já começa o ano adiando decisões ou ações.

Fora do Brasil, o ano começa costuma começar em ritmo bem acelerado e com grandes novidades: sempre em janeiro ocorre a CES – Consumer Eletronics Show – a principal feira de eletrônicos do mundo, em que grandes lançamentos tecnológicos são apresentados. Também no início de ano sempre é realizado a NRF Big Show, em Nova Iorque, a principal feira de varejo do mundo. Ou seja, enquanto estamos esperando o Carnaval, o mundo já se lança para os grandes novidades e pensamentos já nos primeiros dias do ano.

O interessante é que esse pensamento comum de que o ano só começa depois do Carnaval vem sendo questionado cada vez mais por diferentes pessoas aqui no Brasil. Sair da crença dominante não é fácil, mas certamente oferece oportunidades de ganhos magníficas. Cabe a cada um de nós escolher se o ano começa no dia 1 de janeiro ou depois da quarta-feira de cinzas. Independente da sua escolha, lembre-se que em alguns anos o Carnaval é no início de março. Pode ser a oportunidade de umas férias prolongadas ou a chance de se diferenciar imensamente da maioria.

O que considerar em seu planejamento de marketing em 2017

O ano de 2016 caminha para o final e a grande maioria dos departamentos de marketing estão terminando ou já finalizaram o seu planejamento de marketing para o próximo ano. Após analisar acertos e erros, avaliar KPIs e monitorar tendências, deveria ser fácil montar um plano de marketing.

Como fazer um planejamento de marketing para 2017

No entanto, em um ambiente de negócios com profundas transformações tecnológicas e de comportamento dos consumidores, fica impossível considerar todas as variáveis no desenho de um plano de marketing. Por isso, cabe ao executivo de marketing acolher em seu plano uma certa margem de incerteza. Por outro lado, todo planejamento necessita de uma grande dose de pragmatismo, que irá orientar as ações estratégicas da empresa em 2017. A pergunta que fica é se esse planejamento está considerando variáveis que já estão dadas como certas.

Para não correr o risco de montar um planejamento de marketing incompleto, listei 5 temas que um bom planejamento de marketing deve considerar para 2017:

1 – Os custos de mídia online estão aumentando

 A publicidade online é o principal vetor de crescimento da propaganda no mundo e em 2017 ela deve superar a TV em montante anunciado. Isso porque a publicidade online é mais segmentada, mais efetiva e barata. Justamente por oferecer uma relação custo-benefício imbatível e ser acessível, cada vez mais empresas investem no digital e o seu custo tem aumentado ano a após ano.

Em 2016, para citar apenas dois exemplos básicos, o Google retirou os anúncios laterais das suas páginas de busca, portanto reduziu o espaço de publicidade, que gerou aumento nos custos para quem busca investir no buscador. Outro exemplo foi o Facebook, que mudou novamente seus algoritmos e praticamente reduziu a zero a exposição de conteúdo de páginas de empresas no feed de notícias. Aparecer na rede social custa mais caro hoje.

Considere em seu plano de mídia que os custos estão subindo e tendem a crescer mais.

2 – O Snapchat chegou ao Brasil oficialmente

 Já faz algum tempo que o Snapchat é fenômeno entre os jovens brasileiros e muitas empresas passaram se aventurar na rede social em busca de maior proximidade com os millenials.

Ocorre que até poucos dias atrás, o Snapchat não oferecia opções de mídia para as empresas, que tinham que se contentarem apenas com a produção de conteúdo. Mas esse panorama mudou: o Snapchat chegou ao Brasil e agora possui representação local através da Internet Media Service (IMS) e passou oferecer dois formatos de mídia: o Geofilters e o Snap Ads.

Através do Geofilters é possível oferecer filtros personalizados para eventos ou datas comemorativas. Já no Snap Ads, o conteúdo é patrocinado em snaps de até 10 segundos no feed do usuário. Com esses formatos de mídia é esperado que as empresas invistam de maneira mais profissional no Snapchat.

Caso sua empresa busque um diálogo mais próximo com os jovens, o Snapchat pode ser um canal interessante. Vale destacar que a rede social ainda carece de métricas confiáveis e a construção de presença nessa plataforma requer uma estratégia bem diferente das outras redes sociais.

3 – O acesso à internet é predominantemente mobile

 Uma recente pesquisa da comScore na América Latina revela que nove em cada 10 brasileiros ficam online a partir de um dispositivo móvel. Esse usuário ainda gasta mais de 11 horas por semana na internet, sendo que 83% afirmaram usar o Wi-fi para acessar a internet no smartphone.

A partir desses números qualquer plano de marketing deve considerar alguns pontos: o site da sua empresa tem que ser pensado para uma experiência mobile, assim como seu e-commerce. A produção de conteúdo deve levar em conta o acesso em uma tela pequena. Vídeos podem ser acessados a qualquer momento, majoritariamente através de uma conexão supostamente melhor (Wi-Fi). Com acesso mobile fragmentado ao longo do dia, reduz-se a força do conceito de “horário nobre” para enviar um e-mail marketing ou publicar um conteúdo em uma rede social.

4 – Área de compras ganhar olhar estratégico do marketing

 Ao longo dos últimos anos as decisões de contratação de um serviço de marketing passaram para a mesa de compras de grandes empresas. Essa mudança no processo decisório trouxe maior agressividade nas negociações e muita economia de custos. Se por um lado esse movimento gerou maior eficiência financeira nas empresas, muita polêmica se instaurou no mercado, seja para produtoras e agências que se viram espremidas em guerras de preços e até para os próprios departamentos de marketing, que muitas vezes tinham um fornecedor a contragosto.

Se por um lado esse caminho da busca da eficiência pode ser sem volta nas empresas, por outro, carece de ajustes e algumas empresas já entenderam sua necessidade. Em algumas organizações os departamentos de compras já entenderam que a contratação de serviços de marketing é algo complexo e que nem sempre o mais barato é o melhor caminho. Para isso, essas empresas passam a contratar profissionais de marketing para integrar o departamento de compras e realizar uma compra mais inteligente, com viés estratégico.

Esse movimento ainda é recente e pequeno, mas uma tendência que tem tudo para ser um grande diferencial em compras de marketing para as empresas nos próximos anos. A pergunta que fica é: como seu negócio se sai se o seu grande concorrente possui uma melhor decisão na escolha de fornecedores de marketing? Caso sua empresa esteja no modelo tradicional de mesa de compras, leve essa discussão para o board.

5 – As pessoas continuarão consumindo mais vídeos online

 O consumo de vídeos online explodiu nos últimos anos e o número não para de crescer. Segundo estimativas do Google, em 2019 80% do tráfego da internet será através de vídeos. Hoje o YouTube é o segundo maior buscador da internet, depois do Google.

No Facebook os vídeos também desempenham papel preponderante na divulgação de produtos, principalmente depois da implementação da função de auto-play: na rede social 65% de novos produtos são descobertos através de vídeos.

Se o consumo de vídeo aumenta, é natural que esse meio de comunicação cresça dentro das estratégias de marketing das empresas. Porém, esse raciocínio é meia verdade. Muitas empresas já utilizam o vídeo em diferentes formatos e de maneira criativa, mas o básico ainda não é feito pela maioria dos departamentos de marketing. Vídeos longos, roteiros mal definidos, ausência de otimização nas plataformas de publicação e linguagem distante do público são problemas comuns na maioria dos vídeos que são veiculados no dia a dia.

Considere uma estratégia simples e consistente de vídeos para seu negócio em 2017. Mensure os resultados e eles virão. O Facebook Live pode ser um grande aliado no próximo ano.