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As associações de classe estão falidas?

Toda empresa pertence a um mercado ou segmento específico. Esse mercado tem outras empresas, que possuem interesses em comum. Diante desse cenário, nada melhor do que uma associação para representar os interesses desse grupo de empresas e fomentar negócios.

Ao longo dos últimos dois séculos, inúmeras associações, federações, câmaras de comércio, entidades patronais entre outras configurações de organizações surgiram para representar os interesses das empresas que elas agregam. Algumas dessas instituições ganharam grande peso político e econômico e passaram a ditar políticas de mercado e normas de operação.

Tudo isso parece muito interessante e eficiente. Basta você se associar à entidade que representa o mercado da sua empresa, participar de uma ou duas Câmaras de Comércio, que você estará representado por uma entidade superior, que defenderá os seus interesses como empresário e os negócios fluirão de uma maneira espetacular.

Talvez esse cenário tenha existido para alguns empresários, mas o que se nota hoje é a grande apatia que se encontram as associações representativas, independente do mercado em que elas se encontram. Fundamentadas em um modelo de negócios ultrapassado, essas associações vivem de mensalidades, doações e cotas de patrocínio de eventos e publicações. O problema não está em obter recursos dessas três formas. A grande questão é: o que essas associações agregam para seus associados ou patrocinadores?

Esse é o grande nó que as associações se meteram nos últimos anos. No passado, reunir um grupo de empresários e montar um grande mailing segmentado era garantia de poder e bonança. Hoje, isso tem pouco valor para gerar negócios. Primeiro porque existem hoje inúmeros caminhos para se obter um mailing de determinado segmento, que provavelmente terá uma qualidade superior ao mailing de uma associação. Segundo e o mais importante: obter mailing frio para se fazer negócio não funciona mais. Hoje é necessário desenvolver relacionamentos profundos para que os negócios se desenvolvam. Nesse ponto poucas associações estão interessadas em investir e oferecer para seus associados.

Com isso o ciclo vicioso se fecha. As associações oferecem pouco aos associados, que deixam a entidade. Com menos associados, as receitas caem e as associações definham.

Cabe sobretudo ao pequeno empresário ser bastante criterioso sobre qual associação se juntar. A maioria delas vendem glamour, números expressivos de membros, quando na verdade você vai ganhar apenas um anuário que não vai servir para muita coisa.